Com tom imponente e uma voz perfeita, o ator Alexandre Schumacher e grande elenco esteve em cartaz no Sesc Ginástico, no Rio de Janeiro, há três meses, com o espetáculo "Vicente Celestino - A voz orgulho do Brasil" e levou multidões ao teatro. Sua atuação exalava experiência e revelava a real vocação do rapaz: nasceu para a arte.
Em entrevista exclusiva ao “Cultura Viva”, o ator fala sobre a profissão e destaca o Teatro como “bom produto” para agregar valor às marcas. Confira!
CULTURA VIVA: Do início de sua carreira para cá, qual foi o maior desafio que já pode considerar superado?
ALEXANDRE SCHUMACHER: Todo personagem é um desafio, mesmo que essa resposta possa parecer "lugar comum", mas é verdade, não existe personagem que não seja um desafio. Mas, com toda certeza foi o meu primeiro protagonista. Fazer o Severino em "Morte e vida severina", de João Cabral de Melo Neto, dirigido por Gabriel Villela, foi um delicioso desafio!
C.V.: Das experiências adquiridas, que lição de vida você extrai e hoje usa como forma de aconselhamento para aqueles colegas de profissão desanimados por alguns motivos?
A.S.: (risos) Adoro o velho ditado: “Se conselho fosse bom...”, mas acredito que a melhor forma seja a auto-investigação. Com uma pergunta simples e direta para si mesmo: “Eu tenho vocação?”. Por incrível que pareça, se a vocação não for mais forte que o talento, qualquer cascalho no caminho vira uma “Pedra da Gávea”! Caso a resposta seja sim, se mantenha firme em seu propósito e ande com fé!
C.V.: "Vicente Celestino - A voz orgulho do Brasil" tem sido um presente em sua carreira?
A.S.: Para mim, todo personagem é um presente, e o Vicente não foi diferente.
C.V.: É a primeira vez em que atua como cantor no Teatro? Como tem sido essa experiência?
A.S.: Não. Já cantei em sete espetáculos, entre musicais e peças musicadas.
C.V.: Que recado você deixa para que os empresários apóiem ainda mais o Teatro brasileiro?
A.S.: Essa é uma questão delicada e impossível de responder com precisão numa curta entrevista, mas desejo que os empresários que ainda não acreditam no Teatro e, muitas vezes, isso ocorre por pura ignorância no que diz respeito aos números, ou seja, falta de conhecimento do alcance que o Teatro tem junto ao público e, principalmente, a força que exerce sobre ele, comece a investigar esses números e logo verão que associar sua marca a um bom espetáculo dá lucro e agrega valor, o que gera mais lucro! Quantos e quantos espetáculos são vistos por milhares de espectadores! Creio que a nova geração de empresários que está surgindo no mercado já tem isso em mente: agregar valor à sua marca. Nada gera mais lucro que isso, mesmo porque não é somente um lucro imediato e, sim, a longo prazo. Como disse, a nova geração de empresários já sabe disso. Comerciais em televisão são ótimos, pois divulgam a marca da empresa, mas não agrega valor. Uma marca associada a outro bom produto - o teatro -, ganha muito mais força e todo mundo ganha. Hoje, a empresa que só visa o "venha a nós e ao vosso reino, nada" é “dé-mo-dé”, e não se sustentará no mercado por muito tempo.
Fotos: Internet
***A Foto2 trata-se da Divulgação do espetáculo "Vicente Celestino - A voz orgulho do Brasil"
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