Desde o dia 13/8, as cidades de Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), onde a Palmares possui representações regionais; Porto Alegre (RS), São Luís (MA) e São Paulo (SP), onde planejam implantar escritórios, foram convidadas a cantar parabéns para a cultura afro-brasileira, celebrando, junto com a Fundação Cultural Palmares, mais um ano de trabalho. As comemorações foram encerradas no Rio, no último domingo, dia 22, com uma grande festa repleta de atrações, alegria e religiosidade. Baianas do jongo, do santo, e as da Mangueira (representando as baianas do carnaval); apresentações das Velhas Guardas do Império Serrano e da Estação Primeira - com direito à canja de Nelson Sargento- , e um cortejo musical da casa The Week (aonde foi realizado o evento) até a Pedra do Sal, onde nasceu o samba, como dança (o samba, gênero musical, nasceu na casa da Tia Ciata, conforme sabem). E como não poderia deixar de ser, o evento acabou em rodas de capoeira e samba.
Ao pé da famosa Pedra do Sal e na terra pleiteada pelo quilombolas que vivem naquela região há muito e muito tempo. "Titulação já" era a faixa que dividia a atenção dos convidados com as diversificadas manifestações culturais.
No Rio, a organização e produção do evento foi obra da dedicada equipe do Centro Cultural Cartola, comandada por Nilcemar Nogueira, diretora do CCC.
Zulu Araújo(pres.FCP), Nilcemar Nogueira(CCC) e Nelson Sargento
As comemorações pelos 22 anos da Fundação Palmares só se tornaram viáveis por conta do apoio imprescindível do Ministério da Cultura e as grandes homenageadas foram as mulheres negras, “por sua tenacidade, criatividade e perseverança”, conforme afirmou Zulu Araújo, presidente da entidade. Na sede da instituição, em Brasília, está aberta uma exposição com fotos de mulheres em suas profissões, selecionadas do acervo da própria instituição. A mostra estará aberta ao público até o dia 27 de agosto. Um DVD com cantoras negras também foi gravado em Brasília com Luciana Mello, Mart`nália, Rosa Marya Colim, Paula Lima, Alaíde Costa, Daúde e Margareth Menezes, num encontro inédito e interpretando canções em homenagem à "rainha das águas", Yemanjá.
Edson Santos, Nilcemar Nogueira e Miro Teixeira
O presidente da FCP, além dos agradecimentos aos participantes, artífices da festa, e às inúmeras personalidades que estiveram prestigiando a festa de aniversário, como os políticos Edson Santos, Miro Teixeira e Benedita da Silva, artistas como Carlinhos de Jesus, Antonio Pitanga e Áurea Martins, disse que “os 22 anos de existência da Fundação representam a generosidade, a luta e a criatividade da cultura afro-brasileira na promoção da igualdade racial no Brasil”. E também falou sobre os problemas que as religiões advindas da cultura africana vêm encontrando, nos tempos atuais. "Queremos e acreditamos que todas as religiões possam conviver pacificamente, neste país miscigenado. Não só as representantes da cultura negra, mas todos os credos e religiões, sem exceção".
Ah, é claro, só faltava dizer que os convidados também desfrutaram de uma deliciosa feijoada... e alguns ainda conseguiram ganhar acarajés distribuídos pelas próprias baianas. Mas, apesar da festa, é claro que não poderíamos deixar de reproduzir a faixa com a justa reivindicação dos quilombolas.
Fotos: Divulgação
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