Por Anayna Moraes Rolim Candido
O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) mudou em 2011 a sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), elevando bruscamente os valores a serem pagos pelos profissionais da área, fato esse, que só serviu para aumentar a clandestinidade das obras em geral, pois ninguém em sã consciência concorda em pagar uma taxa de R$ 499,50 (quatrocentos e noventa e nove reais e cinqüenta centavos) ao CREA por uma obra de apenas 70,00 m2 (setenta metros quadrados), isso sem contar os demais encargos e os honorários dos profissionais. Isso é mesmo um absurdo!... Eu me pergunto para que servem afinal esses conselhos, esses sindicatos, etc., pois só atrapalham a vida de quem trabalha honestamente, uma vez que as pessoas de bem não sabem fazer mutretas, não sabem trapacear e, com isso, são as mais prejudicadas!
O CREA, ao invés de se preocupar com a irregularidade de certas microempresas, como fábricas de lajes, indústrias de pequeno porte no ramo da construção civil, instalação, montagem e reformas de instituições bancárias e muitas outras que em sua maioria funcionam sem responsável técnico, fica se preocupando em aumentar indiscriminadamente as taxas utilizando coeficientes dos Custos Unitários Básicos (CUB) do Sindicato da construção civil (SINDUSCON) alegando que a mudança foi para nos ajudar, fato esse, que, na verdade, está nos prejudicando e propiciando o aumento da clandestinidade, como já citei anteriormente.
Enquanto isso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) massacra os recém-formados em Direito, ministrando provas cheias de pegadinhas e que, na realidade, não testam conhecimento de ninguém, pois só servem para deixar os bacharéis em situações de verdadeiro pânico, como se estivessem diante de um verdadeiro tribunal da Santa Inquisição! Provas de múltipla escolha com 100 questões! Uma verdadeira estupidez!
E mais: a cada prova é cobrada uma taxa de R$ 200,00 (duzentos reais), uma maneira muito fácil de se ganhar dinheiro às custas do nervosismo e da ansiedade dos alunos! Além do mais, é a única carreira que submete os seus formandos a uma prova. Não seria justo então, que isso fosse uma regra geral ou então que carreiras, como Medicina, Enfermagem, Engenharia civil, Arquitetura e outras que lidam diretamente com a vida humana, tivessem também uma prova, mas que essa prova fosse prática e não teórica para que fatos, como o da enfermeira que há poucos dias, decepou a cabecinha do dedo de um recém nascido, com uma tesoura, ao retirar o curativo, e muitos outros desastrosos fossem evitados?!... Mas parece que estão todos “Deitados eternamente em berço esplêndido”, ninguém se mexe!...
Que país é esse? País dos contra-sensos?!....
***Anayna Moraes Rolim Candido é Arquiteta, Professora e filha da escritora Nilza Moraes Rolim
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