FRANCO VENEZIANO: UM OLHAR DINÂMICO SOBRE AS TELAS

01 fevereiro 2011 |

As artes plásticas no Brasil sempre revelaram grandes artistas. Com o passar do tempo, novas ideias vão chegando através de gente que se dedica ao ofício. Como prova disso, o CULTURA VIVA tem a honra de apresentar mais um orgulho brasileiro, Franco Veneziano – uma pessoa que se entrega por inteiro à arte durante muitos anos e merece esse reconhecimento.

 

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Residente em São Paulo e de origem italiana, Veneziano expõe seus trabalhos todos os domingos, o dia inteiro, na Feira de Arte e Artesanato da Praça da República, no centro da capital paulista e deu entrevista exclusiva ao CULTURA VIVA, confira!

 

CULTURA VIVA: Como foi sua origem em artes plásticas e quando decidiu seguir carreira? Teve apoio da família?

FRANCO VENEZIANO: Minha origem às artes plásticas se deu aos cinco anos, quando minha nona (avó) materna retornando para Itália embarcava em um navio italiano no porto de Santos e, ao chegar em casa, peguei um papel de pão e um lapis e desenhei o mesmo navio para espanto da mama (mãe). Durante minha infância sempre recebi palavras de apoio por parte de professores, amigos e parentes para seguir carreira em desenho, dada habilidade que demonstrava em desenhar. Mas, por dificuldades financeiras por advir de familia humilde, logo, aos treze anos, comecei a trabalhar para ajudar no sustento da casa. Sempre continuei desenhando por hobby. Quando, aos 23 anos, já casado e com filha para criar, procurando emprego, li anúncio em jornal do metrô procurando desenhista e, mesmo sem formação profissional na área, fui contratado por uma estamparia para criar estampas em camisetas. Mais tarde, passei a fazer uso do pincel e tintas em minhas obras e não parei mais.

C.V.: Seu trabalho preza por um aspecto moderno e isso chama a atenção de grandes empresas revendedoras de quadros e até de pessoas do exterior. A que se deve essa repercussão? Seriam as novidades que você traz e se tornam um diferencial no mercado?

F.V.: Sempre procurei apresentar algo diferenciado no mercado. Apreciador do Surrealismo, passei a fazer parte da Feira de Arte e Artesanato da Praça da República (São Paulo), onde apresentei ao público pinturas de sereia, golfinhos e temas como uma Atlantida recriando paisagens surrealistas no fundo do mar. Pouco mais adiante, em meus experimentos em telas, passei a fazer uso de tecidos e outros materiais em minhas obras chamando atenção do público frequentador da feira, revendedores, turistas e apreciadores em geral, com bons resultados em vendas até os dias de hoje. Apresento um trabalho geométrico com sobreposição de peças, aplicação de texturas, cordões, etc., primando por alta qualidade em acabamento – mais um diferencial em minhas obras.

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C.V.: Que análise você faz das artes plásticas no Brasil, na atualidade?

F.V.: Vejo um mercado bastante competitivo, mas com pouquíssimas oportunidades a novos artistas, nos limitando a feiras e exposições que cobram taxas dos artistas para expor suas obras, onde mais servem para encher os bolsos dos organizadores. Com muita dificuldade junto aos nossos governantes, falta apoio, divulgação e estrutura para feiras como a da Praça da República. Com pouco mais de 56 anos de história – uma das mais conhecidas feiras da América latina e do mundo –, somos controlados pelos mesmos que controlam feiras livres, ou seja, para os olhos de nossos governantes, artes plásticas, verduras e legumes tem o mesmo peso.

C.V.: Já se espelhou ou se espelha em algum outro artista para desenvolver suas telas? O que mais te serve como fonte de inspiração, como por exemplo, uma paisagem ou um fato ocorrido?

F.V.: No início de minha trajetória, recebi influência do Surrealismo, mas, atualmente, procuro fazer um trabalho onde, através de pesquisa do mercado de móveis e decoração, procuro oferecer peças para decorar ambientes que combine cores, linhas e formas.

C.V.: No momento em que vai compor um trabalho, já imagina nas cores que vai usar? Qual a importância delas em seu trabalho? E, além delas (as cores), o que mais você prioriza na origem de um quadro?

F.V.: Ao compor uma obra, as cores são primordiais. Hoje, tenho a preocupação de combinar cores com o que vem sendo apresentado e consumido pelo mercado de móveis e decoração, pois os maiores consumidores são aqueles que estão decorando suas residências ou redecorando ambientes. Atualmente, o que mais priorizo, na confecção de um quadro, são formas geométricas por serem estas as que cabem em qualquer ambiente a ser decorado por um tema neutro.

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C.V.: Que apelo você faz para que o público valorize mais as artes plásticas no país?

F.V.: Que valorizem mais os verdadeiros artistas, aqueles que estão em feiras nas ruas e praças da cidade, valorizando seus ambientes com obras originais e não com cópias ou posters!

C.V.: Quais são seus meios de contato? Existe um site em que o público pode conferir suas obras?

F.V.: Para o público que tenha interesse em conhecer um pouco sobre meus trabalhos através da internet, visite a página francoveneziano.blogspot.com e lá as obras estão separadas por temas. Meu atelier fica na Rua Vergueiro, 6.161, em São Paulo, Capital. Telefone: (11) 5061-6885. Para quem quiser conferir, de perto, sou expositor na Feira de Arte e Artesanato da Praça da República, no Centro de São Paulo, sempre aos domingos, das 8h às 17h, onde os preços praticados são bastante atraentes.

 

Foto1: Franco Veneziano posa entre suas telas

Foto2: Uma pequena mostra das telas criadas por Veneziano

Foto3: O artista plástico explica suas obras ao público presente

Fotos: Edson Soares

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