Leny resolveu gravar "Alma Mía" como um tributo à sua valiosíssima experiência mexicana. Mais próximo do estilo consagrado pela cubana Olga Guillot mencionada no Diccionario de la música cubana, de Helio Orovio, como cancionera (aquela que diz a canção: diferente de cantante), amiga de Leny e por esta reconhecida como sua grande influência, o CD talvez pudesse levar um subtítulo assim como A canção ibero-americana segundo Leny Andrade. Congregando um repertório de autores de várias épocas e procedências (Arturo Castro, Ernesto Duarte, Margarita Lecuona, Pedro Junco e Vicente Garrido, cubanos; A. Carrillo, Manzanero e María Grever, mexicanos; Gardel, Lepera e os irmãos Expósito, argentinos; e até um norte-americano, Clare Fischer), eruditos, tangueiros e jazzistas; oitocentistas e contemporâneos, ele surpreende, positivamente, pela ausência de standards, como alguns boleros belíssimos mas onipresentes. E até mesmo pelo fato de os arranjos terem privilegiado cordas, palhetas e metais em vez do baixo acústico, dos bongôs, maracas e claves (ta-tá-tá... tá-tá) da tradição cubana.
Porque este "Alma Mia" que inclusive contempla, na primeira faixa, um comovente bolero que nasceu tango é, repetimos, a canção latino-americana segundo Leny. Ou, quem sabe, as veias abertas de Leny Andrade. Visceral, sim, este CD. Mas sem dós de peito. Apaixonado, mas jamais brega. Refinado, mas sem frescuras. Um Leny Andrade, safra 1943, encorpado, saboroso. Que harmoniza com tudo. E cai bem em qualquer fino paladar, nacional ou estrangeiro.
LENY ANDRADE e BAIÃO DE 5
SEXTA e SÁBADO - DIAS 24 e 25 de JUNHO - 22 horas
RUA ADALBERTO FERREIRA, 32/LEBLON
INFORMAÇÔES PELO TELEFONE: 2274-4022
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CLASSIFICAÇÃO: 18 ANOS
CAPACIDADE DA CASA: 330 lugares
Foto: Divulgação
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