Ontem, no início da noite, ao fazer minha costumeira caminhada, já em meu retorno, duas moças passaram por mim com roupas típicas de “malhação”, o que denotava que também prezam pela qualidade de vida e praticam a atividade. Eu vinha e elas iam. Separaram-se uma da outra e eu passei no meio. Foi o bastante para ouvir uma delas dizer, com veemência: “Eu faço bem para ela, ela faz bem para mim...”. Desde aquele momento, a frase fixou-se em minha mente. Não sei por que, sinceramente. Durante todo o dia de hoje, a frase sussurrou aos meus ouvidos, como um alerta ou um chamado.
Acho que entendi. Quanto valor tem a benevolência! Quão inefável praticar o bem nos dias atuais, em que a monstruosidade conseguiu dominar alguns fracos e sensíveis à voz do mal, desprotegidos “fora da lei”, carentes de amor e compaixão! Optar pelo “bem” virou uma prática quase em extinção. Se não há maldade no interior das pessoas, há temor por hesitar na sinceridade da vítima. Que insegurança ridícula e desumana é essa que tenta quebrar vínculos e impedir os seres de aproximarem-se? Não posso aceitar isso nem me calar. É minha obrigação gritar em bom som que ainda vale a pena amar e usar o “bem” assim como uso e preciso do ar para respirar. Nada, por mais arquitetado que seja, pode confrontar essa urgência. Nada.
Pois é. Saber que alguém me faz bem é fácil diagnosticar, mas ter certeza de que o outro se sente bem com minha presença... Que profundidade tem essa afirmação! Bom se todos, sem exceção, pudessem “abusar” dessa sensitividade. Esse, talvez, seria um dos maiores sonhos do Mundo, caso lhe dessem a chance de se expressar.
Embora, para certos cidadãos, “fazer o bem a alguém” seja tão custoso, deveria, pelo menos, entender a máxima: todos são iguais e compostos da mesma matéria humana, o que os difere são motivos e causas materiais. Não posso garantir se aquela moça considera essa realidade, é óbvio. Mas posso assegurar que, naquele momento, conseguiu levantar uma discussão que durará toda a existência da humanidade. O assunto mexeu comigo. Agora, sinceramente, tocou em você? Tomara.
1 comentários:
Amigo Edson, realmente fazer o bem é algo divino e que o Mestre Jesus nos ensina, mas a prática nem sempre acontece. Queremos receber o bem mas fazer, nem sempre é tarefa simples.
Que possamos refletir nesta mensagem.
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