Fernando Bonassi roteiriza grandes produções no cinema

28 maio 2012 |



Ele respira cinema. Trata a questão com leveza e, mesmo, nas produções mais complicadas, naturaliza saídas práticas. Coisa de quem nasceu para roteirizar grandes histórias, como as retratadas nos filmes “Carandiru”, “Cidade de Deus”, “Cazuza – O Tempo não para”, “Os Matadores” e “Lula, o Filho do Brasil”. E todas essas histórias têm a assinatura de Fernando Bonassi. Roteirista, escritor e dramaturgo faz de seu trabalho uma arte de vida. Hoje deu entrevista exclusiva para o CULTURA VIVA. Acompanhe!

CULTURA VIVA: Como analisa o mercado cinematográfico no Brasil hoje? É possível sobreviver de Cinema?
FERNANDO BONASSI: Estamos falando de um mercado em que os estrangeiros também levam vantagem, pois os seus produtos já se pagaram em casa. Mas, é possível dizer que o cinema brasileiro vai bem, e se não tem ainda um público razoável, tem, no momento, o que também é muito importante: filmes novos, de gente nova, que faz bilheteria e mexe com a crítica.

C.V.: No tocante ao patrocínio, hoje os empresários acreditam mais nas produções de Cinema do que outrora?
F.B.: Sim, até porque alguns filmes brasileiros deram mostras de serem produtos altamente rentáveis. Hoje há mais parâmetros para os investidores do que havia outrora. Todo mundo conhece um pouco da “economia” do cinema, até aqueles que antes “jogavam no escuro”.

C.V.: Durante todo o tempo em que trabalha na área, qual foi o maior desafio já encontrado e como o superou?
F.B.: O maior desafio é, sempre, ser ouvido. Tentei superá-lo, isto é, me fazer ouvir, lendo livros e vendo filmes de gente mais madura e ousada do que eu. Gente que fornece argumentos inteligentes.

C.V.: Dos filmes que já roteirizou, qual destacaria aqui?
F.B.: Gosto de “Os Matadores”, de Beto Brant, escrito em parceria com ele, Victor Navas e Marçal Aquino, sobre um conto deste último. Por ser o primeiro e quando me senti mais livre. Depois, em “Cazuza – O Tempo não para”, eu e o Victor Navas também fizemos um bom trabalho.

C.V.: Para um bom andamento de uma produção, como deve ser o contato entre o diretor e o roteirista, em sua opinião?
F.B.: Amistoso, bem pago e corajoso.

C.V.: Qual o futuro do cinema no Brasil?
F.B.: Não há nada além da criação e da ousadia dos criadores, neste negócio. Até o mercado já foi criativo um dia, no passado.

Foto: Internet



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