Mesmo com todos os problemas
latentes ao Brasil no momento, o país ganha a responsabilidade para sediar a Copa do Mundo. A poucos meses do
evento, foi publicada no Diário Oficial
da União (DOU) no dia 27 de março a
Portaria número 88 que institui o Sistema
Integrado de Comando e Controle que pretende fazer com que as forças de
segurança atuem em conjunto durante o evento. Em entrevista ao “Jornal da CBN” na manhã do dia
seguinte, o Secretário Extraordinário de
Segurança para Grandes Eventos, o delegado
da Polícia Federal Andrei Rodrigues mencionou que o mais importante nesse
processo é informar que a integração é a oportunidade de trabalho em conjunto,
coordenado e integrado entre todas as instituições de via passiva no Sistema de
Comando e Controle em prol da segurança pública e atuando para o evento Copa do
Mundo, especificamente. “Com a definição do papel dos mecanismos de
funcionamento, de conceito da regulamentação desse processo, nós partimos para
a etapa final do planejamento de Segurança Pública seguindo nosso cronograma
para colocar em prática, fazer o exercício certo de ações de capacitações
finais com todas as instituições que participam desse sistema”, assegurou.
Para ele o grande desafio da
segurança para o evento é que, como todas as instituições parceiras trabalham
com culturas diferentes de ação devem trabalhar a partir do conceito de
planejamento de execução da operação conjunta e conseguir extrair de cada
instituição aquilo que cada uma atende de melhor, ou seja, a sua melhor
capacidade de operação nesse contexto. “A construção é feita a partir da base
desse sistema de Comando e Controle, onde trabalhamos com conceitos de
liderança situacional: caso haja um incêndio durante o evento, a instituição
que é líder do processo vai ser o Corpo de Bombeiros e, assim, vale para cada
eixo de atuação. Nós temos 15 grandes eixos de atuação onde trabalhamos
conjuntamente. Esse plano é desenvolvido na base do sistema e é trazido para o
conceito da operação e para a matriz do evento em cada 12 sedes da Copa do
Mundo onde temos os Centros Integrados de Comando e Controle e também o Centro
Nacional de Controle, em Brasília”, revelou exemplificando.
No tocante a ameaças que
possam atrapalhar o evento e se as manifestações
preocupam, o delegado comunicou que estabeleceram 15 eixos de ação de que não
podem se descuidar e comentou sobre o assunto. “A manifestação em si não é uma
preocupação da segurança Pública; ela é uma preocupação de que nós tenhamos a
condição de garantir o livre exercício da manifestação pacífica, democrática.
Esse é o dever da Segurança Pública: garantir o livre exercício da democracia.
A nossa preocupação, o nosso grande foco de trabalho é coibir, prevenir,
inicialmente, a violência e ações de violência, de vandalismo, depedrações, de
cometimento de crimes, como um deles, infelizmente, culminou com o assassinato
do jornalista Santiago e fazer com que tenhamos esse direito
constitucionalmente garantido, preservado e, ao mesmo tempo, a proibição e a
prevenção de ações violentas que utilizem esses momentos de festa para
cometerem crimes”, discorreu.
População paulista demonstra preocupação
Em São Paulo a população começa a se manifestar e dá sua opinião. A atriz e apresentadora de TV Cristina Pinho,
42 anos, moradora da cidade de São Paulo,
tem receio quanto às manifestações. “O que me preocupa é a população expondo a revolta e a falta de credibilidade nos
governantes do nosso país. Espero que grupos ‘baderneiros’ não aproveitem a
oportunidade para destruírem a cidade, os poucos monumentos que nos sobraram,
nem tão pouco agredir pessoas inocentes”, destacou.
A atriz também se preocupa
com os jogos que serão realizados em São Paulo. “A minha preocupação é intensa
e constante, pois, não há estrutura física na cidade, como ônibus, metrôs, vias
em bons estados de manutenção, restaurantes, hotéis, material humano capacitado
para tal, segurança, hospitais para o atendimento dos turistas, entre outros, que
suporte um grande número de turistas previstos para acompanhar os jogos”,
detalhou.
Ela imagina que a cidade
fique fora de controle e imagina que itens como educação, cidadania, preços
abusivos, segurança, saúde e preparo psicológico para recepcionar um evento
dessa proposição serão questões preocupantes no cotidiano de uma cidade que não
se permite parar. “E realmente quem ‘paga’ essa conta somos nós”, reclamou.
Seu esposo, o empresário Octávio Junqueira, 50 anos, confessa
que tem suas expectativas falidas para a Copa do Mundo. “Um país como o Brasil,
não tem condições mínimas de sediar um evento desse porte. O que seria uma
alegria se transformou em um evento vergonhoso”, analisou.
Ele também se preocupa muito
com os jogos em terras paulistanas pelo fato do transporte público e da saúde
não atenderem ao cotidiano da cidade, quanto mais, no período do evento, por
mais curto que seja. “Não vi um investimento na cidade que apresentasse
melhorias para atender o aumento de população flutuante”, observou.
Junqueira prevê como São
Paulo ficará durante a Copa. “Tumultuada e desorganizada, isto é, sem o mínimo
de condição de limpeza, segurança, entre outras necessidades básicas”, disse.
Um pouco de orientação
Por uma via holística, a astróloga Gisele Di Rufino, 56 anos,
moradora de Joanópolis, interior
paulista, recomendou que as pessoas tomem cuidado durante o evento. “Percebo que o
coletivo pode ser influenciado por alguns trânsitos bastante pesados
que liberam o instinto da violência e da intolerância. Assim, estará
o céu dando início ao evento Copa do Mundo. Não somente para São Paulo,
mas para o Brasil que, em sua totalidade, vive um momento de indignação, e
essas influências podem se tornar bastante pesadas e perigosas”, explicou.
No tocante ao turismo, Gisele
estabeleceu quais são seus prós e os contras de São Paulo para sediar alguns
jogos da Copa do Mundo. “São Paulo por si só já é uma cidade que pulsa 24 horas por dia. Seguindo a
linha das influências planetárias, acho que o espírito do paulistano pode ficar
um pouco inflamado diante de circunstâncias igualmente violentas. Sinceramente,
diante dessas perspectivas, não vejo nenhum tipo de bons acontecimentos”, disse.
Durante os jogos a astróloga pretende tomar algumas precauções. “Sei que as pessoas não têm o
hábito de se resguardarem, mas eu, particularmente, assistirei aos jogos da
minha casa. Seria essa a atitude mais prudente”, orientou.
Ela deu dicas para que os munícipes não sejam tão prejudicados com o evento e possam
também curtir esse momento histórico no Brasil. “Enquanto cidadã, vejo que o abuso do álcool e das drogas gera ainda mais
violência. Quanto às drogas, não há como contê-las, mas acho que a Lei Seca,
nesses dias, seria providencial. Contudo, acho que já deveria ter sido
veiculado na mídia uma campanha sólida de conscientização antiviolência”,
sugeriu.
O comunicador que conhece São Paulo como ninguém
Jornalista da
Rádio
Jovem Pan e da TV Gazeta, José Armando Vannucci, 45 anos, residente em Santana, entende que os jogos em São
Paulo serão um teste para a mobilidade da região. Para ele, São Paulo é uma
cidade de trânsito complicado, avenidas apertadas e transporte público
lotado. “Não há mais horários de pico no trânsito. Os congestionamentos
acontecem a qualquer momento”, pontuou.
O comunicador informa que São
Paulo tem um fluxo interessante de turistas durante todo o ano e os pontos mais
conhecidos já estão preparados para recebê-los. O desafio, segundo ele, será no
transporte público, principalmente para os europeus que estão acostumados com
um serviço de qualidade superior. Mesmo assim, Vanucci só consegue
enxergar aspectos positivos. “São
Paulo tem muito o que oferecer para quem gosta de boa gastronomia, cultura e
entretenimento. Eventos como a Copa podem ajudar a aumentar o fluxo de
turistas. O ruim será enfrentar locais mais cheios, muitos sem o preparo
suficiente e treinamento de equipes”, ressaltou.
Consciente de que vai
trabalhar muito durante a Copa do Mundo, o jornalista pretende organizar melhor
seus horários para não ficar preso no trânsito “cada vez mais dificil na cidade”. Ele
sugere aos conterrâneos organizar horários, evitar aglomerações, respeitar os
turistas e trocar culturas. Daí, então, evitar conflitos.
Ao pensar como o evento
deixará São Paulo, Vanucci tem uma opinião. “Acredito que todos aprenderemos
receber melhor pessoas de culturas tão diferentes e a respeitar as diversidades”,
disse.
Outra visão sobre o evento
“São Paulo é uma das
maiores cidades do mundo. Sempre recebeu o turista de braços abertos. Tem
espaço para tudo e todos”. Com essa notícia, o ator Vicentini Gomez, 57 anos, residente no bairro Aclimação, acrescenta que São Paulo
receberá a Copa do Mundo sem receios. De acordo com o artista, o evento, por si
só, requer organização especial, segurança e estrutura; a cidade tem condições
suficientes para suportar e oferecer ao visitante o melhor que ela tem. “Comprovadamente
um dos melhores lugares do mundo para se comer. O futebol é esporte de massa e
vai mover paixões. Espero que possamos saber respeitar o outro e então tudo
estará bem. Ganha o melhor, o que merece ganhar e temos que respeitar”,
ressaltou.
Na
opinião de Gomez, São Paulo oferece conforto para seus turistas, e de qualidade.
“Os melhores restaurantes, museus, teatros, shows, praia a menos de 100 km e
infinitos lugares que o turista pode usufruir”, elencou.
Ele
concorda que, por ser um evento programado, todas as atividades do país estarão
em função da Copa do Mundo. “Quem deixou para o improviso vai arcar com as
conseqüências. Um evento extremamente organizado e onde todos deverão estar
preparados. Movimento de torcedores nos locais dos jogos e no sambódromo, ponto
das comemorações, superlotação nos restaurantes, etc. Tem que estar alinhado ao
evento”, advertiu.
E depois da Copa do Mundo...
Ao pensar na Copa, logo a população também visualiza
como pode ficar o São Paulo depois
da mesma. A apresentadora Cristina Pinho
imagina “um rombo” nos cofres públicos. “A população cada vez mais carente,
necessitada, insatisfeita, desestruturada, inconformada com esse evento descabido,
que durou tão pouco. E a vida continua para nós com todos os prejuízos
inclusos, obviamente”.
Ela, assim como Gomez, acredita que São Paulo receberá a Copa com receios. “São
Paulo está em alerta por todas as faltas estruturais que já citei.
Lamentavelmente, não há mais credibilidade. Estamos exaustos da falta de
respeito e até humanidade. Um evento oneroso como esse, no Brasil? Nós poderíamos
ser poupados”, questiona com indignação.
Em concordância, Junqueira prevê São Paulo um
caos pós-Copa. “Difícil de recuperar os gastos desnecessários”, contabiliza.
“Além do mais, corremos um grande risco com a segurança pública”.
Como resultado desse evento,
Gisele Di Rufino não vê essa Copa de 2014 com bons olhos. Mas, confessa que ficaria
imensamente feliz se estiver totalmente equivocada. “Torço pelo meu país
e pelo meu estado. Se dependesse da minha vontade, as pessoas sairiam daqui
extremamente felizes”, proferiu com entusiasmo.
Já Vicentini Gomez espera que a Copa do Mundo deixe
benefícios para São Paulo, especificamente. “Melhorar o transporte público, a
infra-estrutura da cidade. Dar vida e cara nova aos parques, praças e locais de
visitação. Um evento desta natureza tem que trazer benefícios e o poder público
capitalizar para oferecer a população novas oportunidades”, sugeriu.
Por fim, Cristina Pinho fez um apelo aos Governantes.
“O meu pedido verdadeiramente já não adiantaria, seria a recusa desse evento
absurdo no Brasil. Mas, diante do que está por vir, eu, sinceramente, pediria
compaixão. Que eles descessem do pedestal e viessem viver a vida real,
não o mundo de ‘Alice no país das maravilhas’ em que eles se encontram! A
melhor forma de compreender a dificuldade é vivê-la ou, pelo menos, ficar
próximo à ela. Que tomem consciência da função deles diante do povo que os
elegeu e parem de subestimar a inteligência das pessoas com discursos
decorados. Defender os interessem dos brasileiros e nos respeitar já seria de
grande valia”, concluiu.
Foto1: Logomarca da Copa do Mundo 2014
Foto2: Divulgação
Foto3: Divulgação
Foto4: Fiorentina
Foto5: Flor
Foto6: Divulgação
Foto7: Divulgação
Foto8: Divulgação (*O empresário Octávio Junqueira com o jornalista Edson Soares na TV Geração Z - TV UOL, em São Paulo)
Foto9: Divulgação
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