Um dos músicos que mais se destaca na MPB, o cantor, compositor, multiinstrumentista e escritor Lobão apresentará o show um “Lobão – Voz e Violão no Bourbon Street (www.bourbonstreet.com.br), em São Paulo, no dia 6 de maio, e concedeu
entrevista exclusiva para o CULTURA VIVA.
Confira!
CULTURA VIVA: Seu show “Lobão
– Voz e Violão” é um projeto que deu certo. O que mais você ouve do público
sobre a iniciativa?
LOBÃO: Bem, as pessoas amam esse formato e eu me
emociono muito com ele, pois é a forma mais nua e livre de me expressar.
C.V.: Foi
difícil escolher o repertório?
L.: O
repertório é rotativo. Eu toco, literalmente, o que me vier na cabeça, no
momento.
C.V.: Inspirado
em seu primeiro projeto
independente de 2001, “A Vida é Doce”, qual canção você destacaria em que
percebe uma interação maior com o público?
L.: A
Vida é Doce foi lançado em 99, e a canção do mesmo nome é um dos pontos mais
dramáticos do show, assim como El Desdichado do mesmo disco, mas músicas como
Vou te Levar( do mesmo disco), Por Tudo que For, O Mistério (do Acústico MTV) ,
Noite e dia, Me Chama, Vida Louca Vida, Rádio Blá, Vida Bandida, Canos
Silenciosos, Corações Psicodélicos, Decadence e Mal Nenhum. Existe uma
participação intensa da platéia.
C.V.: Além de
cantar você também conversa com o público durante o show, onde relata fatos
engraçados de sua carreira. Qual é a reação de seu público quando revela essas
situações?
L.: É
algo bastante informal e não há roteiro. Tem dias que estou mais focado na
música; outros, tem um assunto mais interessante para falar. As pessoas
adoram os "causos".
C.V.: Fazer um
show “Voz e Violão” já era um projeto antes do lançamento do álbum “A Vida é
Doce” ou tudo aconteceu normalmente e foi apenas uma consequência?
L.: Eu
fiz porque precisava de grana para terminar a produção do disco. Esse show foi
arrimo de todo o disco e será agora arrimo do meu próximo.
C.V.: Qual a
sua história com o violão? Compõem suas músicas sempre com ele?
L.: Toco
violão desde os 8 e bateria desde os 4. Eles fazem parte do meu DNA, mas eu
adoro procurar outros instrumentos para compor como o cello, a viola caipira o
piano, a bateria, o baixo... Quanto mais estranho, melhor!
C.V.: Além
dele, a viola, o violão seresta, o violão folk e o violão de 12 cordas são os
instrumentos base desse show. Essa seleção foi somente sua ou recebeu opiniões?
L.: Os
instrumentos estão lá porque as músicas foram
feitas neles e cada um tem uma afinação diferente. Eu
me encarrego de todas as escolhas.
C.V.: Como
analisa o “Lobão” dos Anos 80 com o “Lobão” de hoje?
L.: O
Lobão dos anos 80 era uma rascunho do que sou hoje. Fico aliviado em perceber o
salto que dei em relação àquela época.
C.V.: Com a
efervescência dos shows e a TV que traz de volta os tempos áureos da MPB nos
Anos 80, como considera esse retorno?
L.: Sinceramente,
não consigo sentir efervescência nenhuma. O show bizz está sem novidade nenhuma
e me sinto muito afortunado de ter um público fiel que me acompanha. Eu quero
distância de nostálgicos dos anos 80. Sou um músico de agora. Eu acho anos 80
uma porcaria.
C.V.: Que
lembrança você guarda de sua carreira nos Anos 80?
L.: Muitas,
as mais esquisitas, escabrosas, engraçadas e embaraçosas que eu relato em
detalhes na minha biografia “50 Anos a Mil”.
Fotos: Divulgação
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