Lobão: um ícone que marca gerações

05 maio 2015 |


Um dos músicos que mais se destaca na MPB, o cantor, compositor, multiinstrumentista e escritor Lobão apresentará o show um “Lobão – Voz e Violão no Bourbon Street (www.bourbonstreet.com.br), em São Paulo, no dia 6 de maio, e concedeu entrevista exclusiva para o CULTURA VIVA. Confira!
CULTURA VIVA: Seu show “Lobão – Voz e Violão” é um projeto que deu certo. O que mais você ouve do público sobre a iniciativa?
LOBÃO: Bem, as pessoas amam esse formato e eu me emociono muito com ele, pois é a forma mais nua e livre de me expressar.
C.V.: Foi difícil escolher o repertório?
L.: O repertório é rotativo. Eu toco, literalmente, o que  me vier na cabeça, no momento.

C.V.: Inspirado em seu primeiro projeto independente de 2001, “A Vida é Doce”, qual canção você destacaria em que percebe uma interação maior com o público?

L.: A Vida é Doce foi lançado em 99, e a canção do mesmo nome é um dos pontos mais dramáticos do show, assim como El Desdichado do mesmo disco, mas músicas como Vou te Levar( do mesmo disco), Por Tudo que For, O Mistério (do Acústico MTV) , Noite e dia, Me Chama, Vida Louca Vida, Rádio Blá, Vida Bandida, Canos Silenciosos, Corações Psicodélicos, Decadence  e Mal Nenhum. Existe uma participação intensa da platéia.
C.V.: Além de cantar você também conversa com o público durante o show, onde relata fatos engraçados de sua carreira. Qual é a reação de seu público quando revela essas situações?
L.: É algo bastante informal e não há roteiro. Tem dias que estou mais focado na música; outros, tem um assunto mais interessante para falar.  As pessoas adoram os "causos".
C.V.: Fazer um show “Voz e Violão” já era um projeto antes do lançamento do álbum “A Vida é Doce” ou tudo aconteceu normalmente e foi apenas uma consequência?
L.: Eu fiz porque precisava de grana para terminar a produção do disco. Esse show foi arrimo de todo o disco e será agora arrimo do meu próximo.


C.V.: Qual a sua história com o violão? Compõem suas músicas sempre com ele?
L.: Toco violão desde os 8 e bateria desde os 4. Eles fazem parte do meu DNA, mas eu adoro procurar outros instrumentos para compor como o cello, a viola caipira o piano, a bateria, o baixo... Quanto mais estranho, melhor!
C.V.: Além dele, a viola, o violão seresta, o violão folk e o violão de 12 cordas são os instrumentos base desse show. Essa seleção foi somente sua ou recebeu opiniões?
L.: Os instrumentos estão lá porque as músicas foram feitas neles e cada um tem uma afinação diferente. Eu me encarrego de todas as escolhas.
C.V.: Como analisa o “Lobão” dos Anos 80 com o “Lobão” de hoje?
L.: O Lobão dos anos 80 era uma rascunho do que sou hoje. Fico aliviado em perceber o salto que dei em relação àquela época.
C.V.: Com a efervescência dos shows e a TV que traz de volta os tempos áureos da MPB nos Anos 80, como considera esse retorno?
L.: Sinceramente, não consigo sentir efervescência nenhuma. O show bizz está sem novidade nenhuma e me sinto muito afortunado de ter um público fiel que me acompanha. Eu quero distância de nostálgicos dos anos 80. Sou um músico de agora. Eu acho anos 80 uma porcaria.
C.V.: Que lembrança você guarda de sua carreira nos Anos 80?
L.: Muitas, as mais esquisitas, escabrosas, engraçadas e embaraçosas que eu relato em detalhes na minha biografia “50 Anos a Mil”.

Fotos: Divulgação


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