Felipe Tavolaro... Um ator com múltiplas experiências internacionais

19 setembro 2015 |



Não basta ter um rosto bonito, é preciso ter talento. E isso não falta para o ator Felipe Tavolaro, 30 anos. Com experiência internacional na área artística, tece sua história na arte brasileira deixando marcas de um rapaz comprometido e dedicado à missão que a vida lhe impôs: atuar.

Depois de brilhar em espetáculos na Broadway e fazer participação na novela
“I Love Paraisópolis” da Rede Globo, está em cartaz no Teatro Folha, em São Paulo com a montagem “Beatles Num Céu de Diamantes”, com record de público e aceitação. E o jovem não para por aí. Em outubro, o espetáculo abre temporada no Teatro Leblon, aqui no Rio de Janeiro.

Mesmo super atarefado, Felipe Tavolaro reservou um tempinho para o bate papo com o Cultura Viva. Valeu, Felipe!

Acompanhe!


CULTURA VIVA: Atuar na Broadway não é para qualquer um. Como você define este marco em sua carreira?

FELIPE TAVOLARO: Os três anos que estive em Nova York foram incríveis, com muitas descobertas e muitas superações. Além do trabalho em si com a arte, há elementos culturais e de língua que não são tão facilmente transponíveis, mas sem dúvida a coroação de todo o esforço veio quando fui aprovado para o concerto “Broadway Rising Stars”, em 2012. Neste projeto, vários diretores americanos selecionam entre todos os formandos das principais escolas de arte do ano nos Estados Unidos o elenco para participar de um Broadway Debut Concert (estreia na Broadway). Entre 5 mil candidatos, foram selecionados 17 e, entre eles, fui o único estrangeiro. Desde então pelo menos uma vez ao ano rolam convites para me apresentar em concertos na Broadway. Realmente é algo que me traz frutos e força naqueles momentos quando acho que algo É impossível (risos).

C.V.: Fora da Broadway, você participou de outros espetáculos em Nova York. O que você carrega dessa fase em sua bagagem?

F.T.: Fora os concertos, eu fiz alguns off-broadways como “Sweeney Todd”, “The Broken Road of Freedom” e “A Form of Lying”. Todos projetos experimentais, nos quais tive a chance de trabalhar com novos atores e diretores em começo de carreira. Sempre muito valioso o aprendizado. Nesse tempo também gravei o programa do Multishow "Dançando na Broadway" e fiz elenco de apoio no filme "O Lobo de Wall Street", com Leonardo Di Caprio e dirigido por Martin Scorsese, fora os inúmeros workshops que participei. Então devo dizer que o tempo fora foi um divisor de águas na minha carreira e no meu compreender dela.

C.V.: Aqui no Brasil você participou de grandes espetáculos como os musicais "A Noviça Rebelde" e "O Despertar da Primavera". Como foram essas experiências?

F.T.: Cada peça teve seu diferencial. A noviça foi o primeiro grande trabalho e a primeira vez que tive um papel solista em um musical, e o despertar foi a primeira vez que pude fazer um protagonista, pois alternava com o Pierre o personagem Melchior. Sem contar que foram ambas dirigidas pelos meus queridos diretores Charles Möeller e Claudio Botelho – e ainda tive a chance de atuar em "Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 minutos", com eles. Gosto da visão deles e como trabalham o personagem com o ator, sendo rígidos e flexíveis ao mesmo tempo.

C.V.: Atualmente você está em cartaz no Teatro Folha com "Beatles Num Céu de Diamantes". Como você define a experiência de atuar nesse espetáculo?

F.T.: Dificilmente há alguém que não goste dos Beatles, então a recíproca do público é igualmente elevada como o prazer que temos ao cantar as melodias e os arranjos do espetáculo. Sem contar que foi um convite do Claudio feito a Carol Bezerra e a mim, para que pudéssemos dividir o palco com uma galera fera que está despontando no mercado.


C.V.: É possível diferenciar ou traçar um paralelo entre os teatros internacionais nos países por onde você andou, se comparados ao teatro brasileiro? Ou você acha que teatro é sempre teatro, independente de onde esteja?

F.T.: Artisticamente não há muita diferença, ainda mais porque no “Beatles” tem que cantar em inglês (risos), mas acho a nossa cultura teatral das mais elevadas, comparando com o que vi lá fora e participei. Lógico que falando em produção e número de espectadores, ainda não chegamos perto de países como Estados Unidos e Inglaterra, mas o nível dos artistas não é nada inferior. Só acho que temos pouca memória e não admiramos tanto artistas antigos como lá fora. Eles se espelham muito nas gerações anteriores pra desenvolver o trabalho. Aqui é o contrario. Algumas pessoas querem procurar o tempo todo técnicas novas sem ter conhecimento do que já foi feito.

C.V.: Patrocinadores e lideranças políticas: a dificuldade que os artistas encontram no Brasil, nesse quesito, também afeta o trabalho lá ou o setor é mais valorizado?

F.T.: Na Broadway, por exemplo, não existe patrocinador, o que existe é investidor, tudo é uma bolsa de valores. Os investidores colocam dinheiro, então se a peça tem público eles mantêm em cartaz, se a peca não tem publico eles tiram. Por isso a qualidade é tão alta e o investimento em atores, diretores, compositores e técnicos é tão alto – porque se o artista é bom e o espetáculo é um sucesso, os lucros são estratosféricos. Imagina o dinheiro que os investidores de “O Fantasma da Ópera” e o “Wicked” não ganharam? Mas o risco é alto. Em média, 60 a 70% das produções são consideradas um fracasso ou não dão lucro.

C.V.: Como tem sido sua participação na novela “I Love Paraisópolis”? Você se identifica com o personagem que interpreta?

F.T.: Na verdade foi uma pequena participação de poucos capítulos. Eu havia feito teste no começo da novela e o produtor gostou, mas não conseguiu me encaixar em nenhum personagem. Então quando houve a oportunidade de me encaixar em algo me chamaram. Só fiz o chefe de segurança do escritório do núcleo rico. Foi legal ver o trabalho dos atores e equipe gravando, conversei com várias pessoas e fiz amizades. Foi uma experiência que quero repetir logo e que seja mais longa (risos).

C.V.: Você já tem novos projetos, com vista para depois das gravações da novela?

F.T.: Eu já gravei tudo que tinha que gravar, na verdade. Não há previsão de volta do personagem, mas em outubro já estreio o “Beatles Num Céu de Diamantes” no Rio de Janeiro, no Teatro Leblon.

Fotos: Divulgação


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