Dia 3 de outubro
chega ao Teatro Folha o espetáculo “Pinocchio”, um clássico do italiano Carlo
Collodi (1826-1890), que conta a história do boneco feito com madeira e que
ganha vida de menino.
Como muitos outros
garotos, Pinocchio prefere se divertir em vez de ir à escola. Ele não ouve os
conselhos de seu pai e criador, o carpinteiro Gepetto, e foge das aulas para se
envolver em suas aventuras.
Dirigido e
concebido por Pamela Duncan, interpretado pela A Peste, Cia Urbana de Teatro, o
espetáculo apresenta a saga do crescimento de Pinocchio, desde a mentira
contada, que faz seu nariz crescer, até os valores que o transformam num menino
de verdade.
“Pinocchio” é a
segunda montagem feita a partir de um conto clássico pelo grupo. A proposta da
companhia é representar cenas oníricas e poéticas, cheias de imagens mágicas
capazes de transportar o público ao plano dos sonhos, onde tudo é possível.
A encenação tem
base no teatro físico-visual com diálogos marcantes, dando ênfase à magia e ao
realismo fantástico, que permeiam a história original.
Um videocenário
contextualiza a narrativa do espetáculo. Quando o carpinteiro Gepetto e
Pinocchio são engolidos por uma enorme baleia, por exemplo, a garganta do bicho
aparece projetada no pano de fundo. Dentro dessa baleia, pai e filho conversam
e se entendem.
A projeção também é
o recurso que faz o nariz de Pinocchio crescer quando ele conta uma mentira.
Como se fosse um espelho, o boneco observa a própria mudança projetada. “Mas a
ênfase do espetáculo não é a mentira”, ressalta a diretora, que prefere
destacar a ingenuidade das pessoas e a transformação do ser.
Atores trabalham
gesto e partitura corporal minuciosamente, sem deixar de lado a preocupação com
o texto. “Em ‘Pinocchio’ trabalhamos improvisações a partir de trechos do conto
original”, explica Pamela.
Trabalho de
pesquisa
O estudo
aprofundado é a marca do trabalho da diretora Pamela Duncan. Para montar
“Pinocchio” o grupo pesquisou a época em que a obra foi escrita –final do
século XIX–, incluindo costumes e literatura, e também fez um estudo
sobre o significado da obra no contexto atual.
Também foi revista
toda a filmografia de “Pinocchio”, inclusive no cinema mudo. A diretora
pesquisou as várias montagens de espetáculos adultos e infantis sobre o tema, e
performances de diversas versões e estilos montados, em diferentes países, com
inúmeras propostas.
Os figurinos da
montagem são feitos com base na “commedia dell'arte”, com tecidos da época. Apesar de Collodi ter nascido e criado
Pinocchio no século XIX, a história que ele conta acontece no século XVI. Por
isso a diretora investigou a cultura dos séculos anteriores à época de Collodi,
inclusive quadros de pintores como Pieter Bruegel (1525-1569) e Hieronymus
Bosch (1450-1516), que retratavam a vida dos camponeses e das brincadeiras da
época.
Sobre o autor e sua
obra
Carlo Collodi é
italiano, nascido em 1826, na cidade de Florença. Autor de “Pinocchio”, iniciou
sua produção literária para crianças em 1866, traduzindo contos de fadas
franceses de autores como Charles Perrault (1628-1703), Mme. Leprince de
Beaumont (1711-1780) e Mme. d’Aulnoy (1651-1705), que foram reunidos na
publicação “Racconti delle Fate” (Contos de Fadas), de 1875. Collodi também
escreveu livros para o ensino fundamental com grande habilidade linguística e
estilística, unindo narração e divulgação de conhecimentos científicos e
literários. Por essa habilidade é considerado um benemérito da educação pública
na Itália. Em 1881 publicou no “Giornale per Il Bambini” (Jornal para Crianças)
o primeiro capítulo de “Storiadi um Burattino” (História de um Boneco), que deu
origem ao livro “Le Avventure di Pinocchio” (As aventuras de Pinocchio).
Sobre a diretora
Pamela Duncan
nasceu em Recife (PE). É diretora de teatro, professora de teatro,
cenógrafa, figurinista e produtora. Formada em Artes Cênicas em Buenos Aires,
completou seus estudos no Brasil e no exterior.
É curadora e
produtora de eventos importantes na cidade de São Paulo. Entre eles estão o
internacional “Art Futura”, realizado no Itaú Cultural; “30 anos do Colégio
Pentágono”, no estádio do Ibirapuera; “Vitória da Paz”, no Espírito Santo.
Dirige shows e prepara cantores para sua melhor performance. Dirigiu shows e
performances teatrais, entre eles os apresentados por Moises Santana, Claudio
Goldman, Maria Alcina e Ney Matogrosso.
Mantém uma forte
ligação com a pesquisa teatral na linha do teatro físico visual. Atualmente
dirige a companhia A Peste, Cia Urbana de Teatro –com destaque para os
espetáculos "A Menina que descobriu a noite", "Sonhei com
Charles Chaplin", "Eternos Vagabundos", “As Incríveis historias
de Mariazinha e seu amigo Sol”, “O Processo”, de Kafka, “Nossa Historia é
Assim”, de Raul Bopp, ”A Princesa Engasgada”, ”Pour Elise” e "Familya
Monstro”.
Destacou-se como
assessora da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (CENP), na área de
educação artística. Com o projeto “Teatro como instrumento de Educação”,
ministrou oficinas e palestras em congressos na América Latina. Atualmente
coordena o projeto “Fazendo Arte na Escola”, no departamento de Teatro Educação
da Prefeitura de Taboão da Serra, na área de teatro.
Sobre a companhia
A Peste, Cia Urbana
de Teatro foi criada pela diretora Pamela Duncan em 2003 com a proposta de
pesquisar a linguagem do teatro físico visual. O primeiro espetáculo da
companhia foi “A Menina que Descobriu a Noite”, com produção da Prefeitura de
Santos, premiado na cidade como melhor espetáculo de 2003. Seguindo o caminho
de reflexão sobre o gesto, a palavra e o sentimento, A Peste, Cia Urbana de
Teatro montou o espetáculo
”Sonhei com Charles Chaplin” (2004), com patrocínio do Instituto Cultural Alfa,
cumprindo temporada no Teatro Alfa, recebendo excelentes criticas e várias
indicações para prêmios em 2005.
Em 2009 o grupo
pesquisou “Nelson, Visceral”, com base na obra de Nelson Rodrigues e sua
relação com o universo feminino. Em 2010 estreou “As Incríveis Histórias de
Mariazinha e seu Amigo Sol”, no Sesc Pinheiros, e depois fez apresentação no
Sesc Santos. Participou da Mostra Sesi de Teatro (2010), percorrendo 15 cidades
do interior paulista. “A Fantástica Trupe em a Princesa Engasgada”, de Molière,
estreou no Sesc Pinheiros em 2011 e depois foi apresentada no Teatro Folha. O
grupo estreou no Teatro Amil a peça “A Famílya Monstro”, em homenagem aos
grandes nomes do terror, fazendo com a peça temporada em São Paulo, no Teatro
Vivo, em outubro de 2012.
No ano de 2013 o
grupo iniciou o projeto “Pinocchio” e a produção de um livro para comemorar os
dez anos da companhia.
FICHA TÉCNICA
Direção e concepção: Pamela Duncan
Assistente de direção e produção: Luiz Fernando Albertoni
Dramaturgia: Rogerio Favoretto e Pamela Duncan
Atores: Luiz Fernando Albertoni, Jonathan Well, Paulo Arapuan, Anna
Carolina Longano e Ricardo Aires
Ator-contrarregra: Bruno Casselli
Narração: Lui Strasburger
Sonoplastia: Aline Meyer
Iluminação: Juarez Adriano
Realização: A Peste, Cia Urbana de Teatro – Pamela Duncan
Patrocínio: Bauducco, Marrucci, Grupo LEF, Arcelor Mittal, Sil Cabos Elétricos
Apoio: Porto Seguro
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: a partir de 4 anos
Classificação indicativa: a partir de 4 anos
PINOCCHIO
Teatro Folha
Estreia: 3 de outubro
Temporada: 20 de dezembro
Apresentações: sábado e domingo, 16h
Ingresso: R$ 30,00
*Valores referentes a ingressos
inteiros. Meia-entrada disponível em todas as sessões e setores de acordo com a
legislação.
Foto: Jefferson Pancieri
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