De 15 de Junho a 01 de
Julho de 2018, os coletivos Novo Teatro em Ruínas e Tela
Suja Filmes, em parceria com a Desalambrar Filmes, apresentam
estreia e temporada do projetoGranizo, O Pão de Trigo Escurece o Céu.
A temporada será composta pela exibição do filme (em
caráter de work-in-progress e seguido de debate), dias 15, 23, 29/6 as
19h30 e dia 30/6, as18h30, na Oficina
Cultural Oswald de Andrade, e apresentação da peça teatral dias
16, 24, 30/6 e 01/7, as 16h00,
na Rua Tenente Pena (altura do nº 414, localizada a 13 minutos da Oficina
Cultural Oswald de Andrade). A proposta de exibir o filme em caráter de
work-in-progress, busca uma relação ativa e dinâmica do espectador também no
cinema, sendo que a cada semana será exibido um corte distinto do filme, transformado
a partir deste diálogo com o público.
Dramaturgia teatral e roteiro cinematográfico
partem dos mesmos referenciais disparadores: os fragmentos da peça A
Padaria, de Bertolt Brecht, o rascunho do libreto de ópera
melodramática O Café, de Mário de Andrade, e o livro Os
Despossuídos, de Daniel Bensaïd. O material levado a cena no teatro e
cinema, inspirados pelos materiais disparadores que foram produzidos à partir
da realidade, também dialoga com uma representação documental do tempo histórico
atual, à partir da reunião de cinco pessoas que narram e reencenam o
assassinato de uma pessoa que lutava contra uma injustiça cometida a uma
mulher, mãe de 7 filhos, despejada e espoliada.
GRANIZO é um filme e uma peça teatral sobre
derrotados e derrotadas. Narrados, ambos, em um beco sem saída, este também
metáfora de um tempo em que vivemos. Um tempo sem saída? Esta é a premissa de
provocação do trabalho. Afinal, é neste beco que a história é narrada por
pessoas comuns, anônimas e que não possuem o poder de narrar em nosso mundo.
Mas persistem em narrar. Resgata-se, portanto, a narrativa oral como
resistência e disputa-se no teatro e no cinema contemporâneo, o espaço de
narrar a história. Ao propor uma temporada híbrida, divide-se com os espectadores
a pesquisa sobre o tema e sobre as duas linguagens artísticas, neste ensaio
épico terceiro-mundista de cinema e teatro.
GRANIZO, O PÃO DE TRIGO ESCURECE O CÉU foi escrito
e dirigido pelo cineasta e ator Renan Rovida. O elenco é composto
por Natasha Karasek, Rafaela Carneiro, Rani
Guerra, Rene Costanny e Talita Araujo, que
investigam a atuação realista, épica e narrativa em ambas as linguagens -
cinema e teatro. A direção musical e trilha sonora é de Bruno Menegatti e
a preparação vocal de Rani Guerra, com músicas que narram,
distanciam e acompanham a peça e o filme. Cássio Brasil e Ruth
Melchior assinam a arte, dando unidade entre as duas linguagens. E a
produção do filme e da peça fica a cargo de Maria Tereza Urias.
As duas Obras resultam do projeto Os
Despossuídos da Padoca, contemplado pelo Edital ProAC de Artes Integradas
em 2017, da Secretaria de Estado da Cultura, do Governo do Estado de São Paulo.
E nesta temporada conta com o apoio da Oficina Cultural Oswald de Andrade –
instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo gerenciada pela
Poiesis.
CINEMA
GRANIZO, O PÃO DE
TRIGO ESCURECE O CÉU
Sinopse
Cinco despossuídos se reúnem num beco sem saída e
narram uma história durante toda a noite. A história de uma derrota exemplar,
como tantas derrotas anônimas dos subjugados do século XX. Uma mulher jovem se
levanta contra uma injustiça cometida a outra mulher, mãe de sete filhos,
despejada e apartada de seus únicos pertences. Uma reflexão crítica sobre nosso
tempo e metáfora sobre tantas injustiças não narradas e naturalizadas em nossa
história.
TEATRO
GRANIZO, O PÃO DE
TRIGO ESCURECE O CÉU
Sinopse
Num beco sem saída no bairro do Bom Retiro,
desempregados atuais narram uma história de injustiça e opressão do século XX.
As personagens narram a história de um levante em uma esquina, na frente da
padaria, pelo direito ao trabalho e, consequentemente, ao pão e ao teto: um
levante pelas condições mínimas de sobrevivência.
Sobre os coletivos Novo Teatro em Ruínas e Tela
Suja Filmes
O Novo Teatro em Ruínas foi
formado em novembro de 2016 pela junção dos artistas Natasha Karasek, Renê
Costanny e Renan Rovida, e desde então vem pesquisando o limiar entre Teatro e
Cinema, o teatro épico e o cinema-ensaio, o documentário (no teatro e no
cinema) e a tradição oral falada e cantada. Este é o primeiro trabalho que será
apresentado ao público.
O Coletivo Tela Suja Filmes foi
fundado em 2011 na cidade de São Paulo e atualmente é formado pelos artistas
Maria Tereza Urias, Renan Rovida e Talita Araujo. O coletivo se dedica a
pesquisar, produzir e exibir cinema popular e de baixíssimo orçamento. Nestes
anos realizou o projeto As Veias Abertas do Cinema Latino Americano,
contemplado pelo ProAC de Ações de Fomento ao Audiovisual, e produziu os
filmes Entre Nós, Dinheiro (curta-metragem
integrante da Competitiva Oficial do 34º Festival del Nuevo Cine Latino
Americano de Havana e da 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes ), Coice
no Peito (curta-metragem exibido em inúmeros festivais entre os
quais se destacam o 33º Festival Cinematográfico Internacional do Uruguai e 25º
Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, e premiado no 1º
Festival Internacional de Cinema de Caracas na Venezuela, 14ª Goiânia Mostra
Curtas, Semana Paulistana do Curta Metragem, 1º Olha de Cinema de Curitiba, XI
CineFest Gato Preto e 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes), e Sem
Raiz (longa-metragem integrante da Competitiva Oficial da 20ª
Mostra de Cinema de Tiradentes, da Competitiva de Novos Realizadores do 36º
Festival Cinematográfico Internacional do Uruguai e integrante da Competitiva
Panorama Latino Americano do 5º Festival Latino Americano de Cinema de Quito,
Equador), todos dirigidos por Renan Rovida, e Capital/Interior (curta-metragem
exibido na 20ª Mostra de Cinema de Tiradentes), dirigido por Danilo Dilettoso e
Talita Araujo, os quatro filmes foram produzidos por Maria Tereza Urias.
Notas da Direção
No filme, pessoas comuns vão narrar em um beco que
está separado do trem por um muro. Nesta noite narram como um fato grandioso,
um acontecimento já naturalizado em nossa sociedade e vivido por muita gente
comum. Portanto essa conotação grandiosa a fatos ordinários reforça um caráter
da arte épica organizada por Bertolt Brecht e desenvolvida por tantos e tantas
cineastas como Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, Ruy Guerra, Jorge Bodansky,
Fernando Birri.
Na peça, o público se dirige ao mesmo beco que o filme
usou como locação e assiste em cadeiras no asfalto, a narrativa de
desempregados que lutam pelo mínimo: sobreviver. Cinco atrizes e atores
narradores, contam e encenam essa história utilizando do próprio beco sem saída
como metáfora do momento atual ao qual a história novamente chegou em nosso
país e continente. Uma história contada sobre o século XX, no asfalto de nosso
século.
Temporada GRANIZO, O PÃO DE TRIGO ESCURECE O CÉU
CINEMA (em caráter de work-in-progress)
Datas e Horários: 15, 23, 29/06/18 as 19h30 e
30/06/2018 as 18h30
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade - Rua Três Rios,
363 - Bom Retiro
Duração: 60 min
Capacidade: 50 lugares
TEATRO
Data e Horários: 16, 24, 30/06 e 01/07/18 as 16h00
Local: Rua Tenente Pena (altura do nº 414) - Bom
Retiro
Duração: 80 min
Capacidade: 20 lugares sentados (livre acesso na
rua)
Classificação: 12 anos
Mais informações: 11 993322642 / telasujafilmes@gmail.com
Foto: Giovana Pezzo
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