O prefeito Dr. Aluizio informou nesta terça-feira
(17) que irá assinar decreto suspendendo a entrada de ônibus de turismo em
Macaé por 30 dias. A medida é um das formas de prevenção do contágio do
coronavírus, que fez a primeira vítima fatal no Brasil nesta terça. O prefeito
se reuniu pela manhã na Cidade Universitária com representantes da rede
hoteleira, de gastronomia e entretenimento e alertou para a gravidade da doença.
"Vamos propor a redução de 50% da força de
trabalho para a indústria offshore, para que o restante fique em home office; a
redução dos horários dos restaurantes; que o shopping siga o decreto do Governo
do Estado; que os hotéis limitem o convívio social; além de decretar a
suspensão dos ônibus de turismo", enumerou o prefeito, que defendeu na
reunião um padrão de ação dos prestadores de serviços e produtos.
"Se conseguirmos uma ação mais linear, é mais
exequível. O adequado é não escalonar nenhuma ação agora. Não devemos escalonar
o que deve ser feito, deve-se diminuir o convívio social na preservação de um
espaço de cuidado que é igual para todo mundo. É uma estratégia para não
ficarmos doentes. Diminuir o risco é tudo que se pode fazer. Não podemos esperar
acontecer alguma coisa para voltar à primeira página", afirmou.
O prefeito lembrou que cem mil pessoas em Macaé
podem estar fora de circulação das ruas se seguiram a orientação do governo
municipal de não sair de casa: são os alunos cujas aulas foram suspensas e os
cerca de oito mil servidores acima de 60 anos e portadores de doenças
autoimunes e oncológicas que não estão trabalhando por precaução ao contágio.
Prefeito: 'Acima de tudo, preservar vidas'
A importância da união de toda a rede de serviços de
Macaé, que mantém de colaboradores a clientes, foi reforçada por Dr. Aluizio.
"Existe uma única porta final, que é a rede hospitalar e, se não
cuidarmos, ela vai colapsar. O que precisamos fazer é evitar aglomeração,
dissipar o convívio social e preservar leito hospitalar. Não é um cenário
minimamente confortável, acima de tudo temos que preservar vidas",
conceituou.
O administrador do Shopping Plaza Macaé, Paulo
Alexander, assinalou que a ideia é que o shopping funcione em horário reduzido,
seguindo padrão de outros empreendimentos que fazem parte da Associação
Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) ."Vamos seguir aquilo que for
determinado para todo o setor. Ainda não tem confirmação, mas a probabilidade é
de um horário reduzido já a partir de amanhã (quarta-feira)", citou.
A diretora dos hotéis Royal, Isabel Tunas, destacou
que, a partir do decreto, a alta ocupação de turistas vai diminuir, reduzindo a
probabilidade de contágio. "A gente tinha expectativa de grande ocupação
de turistas, inclusive nos próximos feriados e durante esses 30 dias a
suspensão é um dos fatores mais relevantes porque, a partir de agora, a gente
passa a trabalhar apenas com contingente de executivos, que têm necessidade de
estar na cidade e não quem vem a lazer, o que pode causar contaminação",
comentou a diretora, citando que na sua rede, a orientação é o fechamento de
todas as áreas de lazer e de convívio para evitar ao máximo o contato entre
pessoas.
Já a presidente do Polo Gastronômico Macaé, Mirian
Barbosa, mencionou que os bares e restaurantes da associação reduzirão sua área
de atendimento em 30% do número de lugares disponíveis para consumo, sendo que
este número deverá ser inferior a cem lugares. O horário de funcionamento será
reduzido para das 11h30 às 14h30 e das 18h às 23h, entre outras medidas, como a
oferta de copos descartáveis e álcool 70%.
Texto: Janira Braga
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