Kaká de Lyma confecciona máscaras criativas que fazem sucesso

11 abril 2020 |


E, nesse momento de pandemia, as ideias não cansam de surgir, principalmente para quem possui veia artística. Num momento em que o mundo chora devido aos prejuízos que o coronavírus vem provocando em diversos setores da sociedade, enfrentando de forma violenta a vida, o ator e diretor Teatral, Kaká de Lyma, teve uma inspiração: criou máscaras bordadas e, sua atitude, trouxe um pouco de alegria e cor em reflexo de esperança, em São Paulo, cidade tão prejudicada pela Covid-19.

Com 35 anos de carreira e responsável por espetáculos records de bilheteria, como “Coração Safado” e “As Filhas da Mãe”, Kaká é um exemplo de artista que também possui o talento de se reinventar conforme as circunstâncias, ainda mais se for por uma justa causa: ajudar o próximo.

Acompanhe esse super bate papo! 

CULTURA VIVA: De onde veio essa ideia genial das máscaras criativas?
KAKÁ DE LYMA: Surgiu a partir do momento em que entramos na quarentena e, como sempre gostei de muito brilho e cores, e aprendi com alguns mestres a arte de transformar, certo dia peguei um sapato, decidi bordá-lo. Comprei algumas pedrinhas coloridas e colei no sapato, enfim, elaborei um trabalho. A partir de então, tudo o que eu via, queria bordar: um vidro de perfume, uma saia, um tecido, etc. Na verdade, comei a bordar em minhas horas vagas. E foi assim com as máscaras. Quando, eu e o Pedro, meu companheiro, recebemos a oportunidade de ajudar o pessoal da comunidade da Escola de Samba Águia de Ouro, ele fez uma máscara de tecido, peguei e bordei.

C.V.: Estabelece algum critério para confeccionar cada máscara?
K.L.: Na realidade não. É fruto da criatividade mesmo: eu olho para ela e vou criando, não tem nenhum critério não. Colo a primeira pedrinha e a criatividade vai surgindo.

C.V.: Quais as que considera mais divertidas?
K.L.: A primeira que fizemos a achei muito interessante, mas gosto de todas que eu faço.


C.V.: Em meio a toda essa pandemia, suas máscaras trazem um pouco de alegria nesse momento tão difícil no mundo todo. A que se deve essa inspiração?
K.L.:
Se deve à alegria que tenho em relação a ser uma pessoa bem descontraída no tocante ao meu trabalho. Fiz a máscara e postei na internet para alguns amigos verem com a seguinte legenda; “fiz essa máscara discreta para ir ao supermercado”. Minha iniciativa causou uma polêmica: um rapaz, que me acompanhava na rede social, se sentiu ofendido, alegando que, com tanta gente morrendo eu estava brincando com a realidade. Achei aquilo tão desagradável porque ele, uma pessoa que não me conhece, certa vez me pediu para ser adicionado disse que gostava do meu trabalho e me conhecia, enfim. Cheguei a respondê-lo, informando que eu sei da triste situação no mundo, caso tenha perdido alguém próximo, eu sentia muito; confessei, ainda, que perdi quatro amigos que o coronavírus levou e não é por isso que estou me desfazendo de ninguém, é apenas uma forma de ajudar alguém.

C.V.: Além das máscaras, você também borda sapatos, roupas, chapéus, dentre outros produtos. Sempre foi assim ou esse momento de pandemia te concedeu esta oportunidade?
K.L.: Devido ao meu trabalho como artista, sempre foi assim. Por exemplo, o trabalho que faço de teatro-empresa que me ocupa e me permite viajar bastante, na oportunidade que tenho de estar em São Paulo, para dar uma relaxada, vou bordar em tecidos ou sapatos, eu gosto bastante. E, devido à pandemia, agora, as máscaras. Tem até amigos me solicitando.

C.V.: Com tantos anos de carreira como ator e dirigindo estrelas no palco, como analisa a situação atual da classe artística frente à esta recessão?
K.L.: Está difícil trabalhar como autônomo. Se você não tem um contrato, o respaldo de uma lei ou um salário fixo, sofre porque dependemos do público e da bilheteria. Minha peça “Coração Safado” que, voltaria em cartaz depois do carnaval, parou. O meu trabalho em teatro-empresa, com o qual viajo bastante, também parou. Estamos aguardando para vermos o que vai acontecer.

C.V.: Para colaborar com a comunidade de sua Escola de Samba, em São Paulo, a Águia de Ouro, você também fez alguns trabalhos em bordados e afins. Comercializa esse trabalho para o público externo? 
K.L.: Não. Certa vez, comprei um sapato e falei para a vendedora que o bordaria; ela achou excelente a ideia e pediu para que eu enviasse a foto para ela. Assim o fiz e ficou encantada ao ponto de querer comercializar sapatos decorados por mim, mas expliquei que não tenho tempo hábil para assumir tal compromisso. Até já me sugeriram abrir uma loja virtual. Essa última, quem sabe...

C.V.: Como interessados podem conferir o seu trabalho aqui citado? Tem alguma exposição na internet?  
K.L.: Ainda não, mas, quem sabe, futuramente. Daí a gente combina uma nova entrevista. (risos)


C.V.: E seus contatos caso alguém queira adquirir seus produtos?
K.L.: Se eu montar a loja virtual mesmo, então, lá estarão disponíveis todos os meus contatos. No momento deixarei meu contato aqui, mas somente para trabalhos de cinema e teatro, caso diretores tenham alguma proposta a fazer: (11) 99799-9640, inclusive no trabalho que faço em teatro-empresa também levo informações através de comédias; é bem lúdico tratando do cotidiano das empresas e tem tido um resultado excelente porque, depois da apresentação, muitas pessoas vem até a mim e relatam suas histórias, falando da assimilação que fizeram devido ao personagem da peça representar suas experiências no palco. Muitos me reconhecem, também, dos papéis que já desempenhei na TV, como o “Amado Severo”, um nordestino bravo de São Luis de Macaxeira do humorístico “Uma Escolinha Muito Louca” da Band com o Sidney Magal, o “Bofe de Elite” como Tom Cavalcante e o Tiririca e gravei, também com o Tom, o “Partiu, Shopping”, no Multishow. Eu faço tudo isso com muito amor, gosto demais!

C.V.: Passada a pandemia, o que espera do futuro do Teatro Brasileiro?
K.L.: Espero que seja melhor. Existe uma triste cultura na forma como as pessoas pensam acerca da nossa profissão artística, infelizmente. Certa vez, fui abrir um crediário e a atendente perguntou a minha profissão. Respondi: “sou ator”. Ela logo retrucou: “Mas já fez alguma novela? ”. Eu respondi: ”não”. Ela então, concluiu: “É porque eu não estou lembrando da sua cara”. Então, expliquei à moça que não existe só ator de televisão, existe também ator de cinema e de teatro e eu sou um ator de teatro. A partir dessa ilustração dá para gente entender que o nosso ramo de trabalho precisa ter um futuro melhor, precisa de verba. Nós levamos emoção ao público e é tão bacana quando vermos resultado de tudo isso, sentindo que, realmente, a mensagem foi passada. Enfim, espero que o Teatro brasileiro tenha uma situação melhor num futuro próximo.

Fotos: Arquivo pessoal de Kaká de Lyma

9 comentários:

Unknown disse...

Adoroooo Excelente Ator e um ser Iluminado. Parabéns pela iniciativa.Se todos fossem iguais a você....

Claudinha Pérola disse...

Pessoa MARAVILHOSA,Ator, artista incrível tem o dom de nos fazer felizes!!! Amo de montão, aplaudi a iniciativa, amei a entrevista e sou fã dessa pessoa diliça que o Kaká de Lima!!!! Parabéns

Tina Limp disse...

Eita ser humano q eu gosto. Amooo. Kaká é amor humor e sucesso em pessoa. Esse viraliza. Sucesso meu amado

Unknown disse...

Lindo de viver,uma pessoa que admiro muito um ser iluminado.

Anônimo disse...

Sua energia contagia todos que se aproxima de vc.
Preciso te encontrar pra sentir sua luz assim renovar minhas energias.
Vc é iluminando meu amor , carinho e respeito por vc é inexplicável.
Te amo

Unknown disse...

Kaká é um ser humano de um Coração ímpar.generoso e de um talento inigualável .Faz uma maquiagem que fico atônito. Sorte e luz no seu caminho amado Kaká. Bjs. Berg Bergman

Danny Santhy disse...

Amooooo

Unknown disse...

Parabéns pela criatividade, te amo 💞 saudades 🙏

Carlos Carneiro, corretor de seguros disse...

Você que adora estar com alguém divertido, amável? Aí está!
Sou fanzasso da pessoa e do seu talento! Sucesso meu amigo e que tudo seja melhor para artistas maravihosos como voce...tudo passa, a arte não! Abraços.