Foi tempo em que o papel da mulher era apenas caseiro
e, limitada aos muros de sua residência, não poderia apresentar à sociedade o
quanto poderia colaborar para o bem comum. De um tempo para cá, o mundo deu
voltas e a mulher não perdeu a oportunidade de se impor no mundo: saiu da sua
zona de conforto, umas para auxiliar o marido com as despesas da casa, outras
por realização pessoal, enfim, cada uma por seu motivo pessoal; ganhou as ruas
para provar que não precisa ser maior do que os homens, mas aliadas numa
sociedade que se apresenta fraca de sentimentos e de solidariedade. Enfim,
graças à essas guerreiras, o mundo se tornou melhor. Bem melhor.
Como destaque de uma dessas rainhas do lar que são
verdadeiras auxiliadoras no processo de construção de um mundo cada vez mais
humano, hoje o CULTURA VIVA conversou
com a dona Regina Santos, 66 anos.
Nascida no Espirito Santo e residente em Rio Bonito, no interior do Rio de
Janeiro, há alguns anos, a cada dia mais trabalha pela valorização da mulher e
para provar, junto às demais, que podem ser muito úteis.
Membro da Igreja Universal do Reino de Deus há 37
anos, é casada com o Pastor Carlos de
Souza, tem quatro filhos, dois netos e uma experiência de vida suficiente
para ser mais uma “Mulher Maravilha” da realidade nesse planeta.
Confira o bate papo!
CULTURA
VIVA:
Qual foi o trabalho social que fez ou
participou e teve grande relevância para a comunidade local?
REGINA
SANTOS: O
meu esposo era o responsável pela Associação Beneficente Cristã (ABC), em São Cristóvão (RJ), e eu participava de todos os eventos, nos quais oferecíamos às
comunidades locais vários cursos gratuitos, mecânica de motores a diesel,
elétrica industrial, corte de cabelos, costura, atendimento odontológico
ginecológicos, cardiológico e jurídico, doações de toneladas de alimentos a
milhares de famílias carentes.
C.V.:
Em sua opinião, por que as pessoas precisam tanto de trabalhos
assistenciais? Governos anteriores, de forma geral, têm grande parte de culpa
nisso?
R.S.: Serviços essenciais são aqueles que são indispensáveis para a
sobrevivência de um país. Os serviços essenciais podem ser oferecidos por
pessoas jurídicas ou até mesmo pelo próprio estado. Porém, com qualidade, que
muitas vezes não ocorrem em muitos estados e município brasileiro, devido má
gestão de certos governantes.
C.V.: Como uma mulher cristã, o que pensa quando observa a forma como as mulheres vêm se destacando no mercado de trabalho?
R.S.:
No
início do século XX a Madame Walker – como ficou conhecida –, filha de ex-escravos,
nascida em 1867 e falecida em 1919, na Louisiana, é registrada como a primeira
mulher que se tornou rica nos Estados Unidos; Margaret Thatcher (a dama de ferro)
foi a primeira mulher que ocupou o cargo de primeira ministra do Reino Unido
por muitos anos. Dois exemplos de mulheres que superaram todos os tipos de
preconceitos. Em minha visão, quando a mulher confia na sua capacidade, supera
todos os desafios e conquista lugares visto para homens, apenas.
C.V.:
Em linhas gerais, como deve ser o comportamento da mulher em casa, frente
ao marido e aos filhos?
R.S.:
A
Bíblia ensina que a mulher virtuosa edifica sua casa. Esse é o papel da esposa:
zelar pelo seu lar. É uma tarefa não muito fácil nos dias de hoje, muitos
casais se agridem com palavras ou fisicamente na presença dos filhos deixando
traumas para o futuro deles.
C.V.:
E como é sua vivência no lar? É fácil ser esposa de um pastor?
R.S.: Não é nada
fácil, devido a obra que é muito corrida, mas se torna gratificante quando vejo
famílias transformadas.
C.V.:
A esposa do pastor deve estar em paralelo com ele, colaborando no ofício. Já enfrentou muitos momentos difíceis nessa
jornada, no tocante às questões dos membros da igreja?
R.S.:
É
uma grande responsabilidade. Enfrentamos muitos momentos difíceis, perseguições
e ter que ficar escondido como se fossemos criminosos. Eu me lembro que, certa
vez, em Caruaru, quando meu marido abria a igreja, um homem começou a dar tapas
no rosto dele do nada só porque era pastor da Igreja Universal. Se for contar tudo que já passamos
faríamos um livro. O Senhor Jesus disse que, pelas almas, passaríamos por
aflições.
C.V.:
E quanto ao comportamento da mulher frente ao esposo, publicamente, existe uma
dica que ajuda no fortalecimento da união do casal?
R.S.:
Saber
se comportar na rua, demostrar educação e respeito para com seu esposo e,
qualquer atitude dele que lhe aborreça, deve dialogar sobre o fato que lhe
chateou, na intimidade do lar.
C.V.:
Como a senhora avalia a questão da pandemia do coronavírus no Estado do Rio e
em municípios pequenos, como Rio Bonito, por exemplo? O prejuízo que muitas
famílias tiveram poderão ser recuperados de forma rápida?
R.S.:
Essa
pandemia revelou a ineficiência das redes de saúde pública do nosso pais, graças
ao mal uso do dinheiro público. Segundo
o OCDE (no popular, o clube dos países ricos), o mundo levará alguns anos para
se recuperar depois da pandemia.
Previsão pessimista. Prefiro ser
otimista e acreditar que, em curto prazo, tudo irá melhorar, pois o brasileiro
já está acostumado a superar adversidades.
C.V.:
Qual a sua expectativa para Rio Bonito pós-pandemia?
R.S.: Eu, infelizmente,
não sei responder essa pergunta, mas tenho o sonho de ver Rio Bonito como
modelo de excelência no serviço público para o pais. Espero que, assim como dizia
o pastor Martin Luther King, “i have a dream”. Que esse sonho se torne
realidade!
C.V.: Se a senhora
pudesse, hoje, ajudar toda uma comunidade em questões de sobrevivência, por
onde começaria?
R.S.: Procuraria buscar
soluções que viessem a sanar ou, pelo menos, amenizar as suas necessidades
básicas porque, se eu estivesse na situação delas, gostaria que alguém me
estendesse as mãos.
C.V.: E qual o
papel da igreja nesta situação?
R.S.: A igreja tem levado uma Palavra de esperança, conforto e fé, mas também ajudar materialmente com distribuição de toneladas de alimentos, roupas, doação de sangue orientações jurídicas e muitas outras, é de extrema importância. E a igreja, de forma geral, tem feito isso.
R.S.: A igreja tem levado uma Palavra de esperança, conforto e fé, mas também ajudar materialmente com distribuição de toneladas de alimentos, roupas, doação de sangue orientações jurídicas e muitas outras, é de extrema importância. E a igreja, de forma geral, tem feito isso.
C.V.: Que recado a
senhora deixaria para as mulheres que andam desanimadas quanto ao seu
casamento?
R.S.: Meu esposo bebia
muito e brigávamos todos os dias. Havia agressão físicas e verbais, não via
solução para nosso relacionamento. Em uma de nossas discussões na rua, cheguei
a ponto de tentar me jogar de baixo de um ônibus. Meu esposo, então, gritou: “se
existe esse tal de Jesus que os crentes falam, não deixe ela se matar”. De
repente, algo me impediu de pular. Em seguida, tomamos a decisão de buscarmos
ajuda em Deus. O conselho que dou é que busquem ajuda, independente da religião.
Deus pode restaurar o amor que já não existe mais.
Fotos: Arquivo pessoal da dona Regina Santos
6 comentários:
Tem meu apoio!
Tem meu apoio , conheço essa grande guerreira mulher Deus , que luta pelos aflitos.
Uma mulher que luta pelo povo !
Com certeza tem meu apoio grande guerreira luta pelo povo muito forte seu testemunho de vida
Essa guerreira eu apoio.
Mulher guerreira, tem meu apoio.
Vai fazer a diferença em Rio Bonito.
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