A cidade de São Paulo, por
se tratar de uma metrópole, oferece muitas oportunidades de emprego para quem
deseja evoluir na carreira. E muitos aproveitam essa chance para crescer profissionalmente.
Como exemplo, o jovem Ricardo Rodrigues,
42 anos. Mais conhecido na região como “Ricardo
Cowboy”, já trabalhou como bartender por 10 anos e atua como Barista
há 12. Como um elo vai ligando ao outro, Rodrigues também atua como professor na Escola Bares SP há 10 anos. “E ministrei cursos de barista e Latte Art
no Senac São Bernardo do Campo por dois anos, além de ser técnico de Máquinas
para café”, informa.
Para compor sua bagagem profissional, o rapaz fez diversos
cursos de Barista e Latte Art (técnica que consiste em criar desenhos sobre o
café), além de visitas a fazendas de café, sempre estudando e se
atualizando no mercado de cafés especiais. Ele conta como foi seu início
no ramo. “Comecei dentro do bar extraindo expressos e preparando alguns cafés
básicos. Peguei gosto pela arte do café e comecei a estudar e fazer cursos na área,
como curso de barista, classificação e degustação, latte art, dentre outros. Fui
praticando”, relata.
Rodrigues, apesar da capacidade em dominar os cafés com muito
talento, trata-se de uma pessoa humilde e também disposta a aprender sempre
mais. “Quando comecei a ministrar cursos aprendi com os alunos também. A cada
curso, novos aprendizados”, destaca.
O barista é formado em Técnico
em Segurança do Trabalho, como se não bastasse tanta sabedoria e talento, e hoje
concedeu entrevista exclusiva para o CULTURA
VIVA.
Acompanhe!
CULTURA
VIVA:
Seguiu alguma referência no ramo para
dar prosseguimento ao seu trabalho?
RICARDO RODRIGUES: Tive várias
referências, como Concetta Marcelina (professora do Senac-SP), Cecilia Sanada
(hoje professora no Sindicafé em São Paulo), Edgard Bressani (escritor e mestre
em cafés) e, como maior referência em cafés e estudos em Café, Ensei Neto (Mestre
e Coffee Hunter).
C.V.: Dá para sobreviver trabalhando somente como barista?
R.R.:
Hoje consigo sobreviver como barista, mas também sendo
professor e prestando consultorias em montagens e treinamentos de cafeterias porque
é uma pena o Brasil não valorizar esse profissional que é tão especial. Precisamos estudar todas as vertentes do mundo do café e isso
ainda não é valorizado. Então, fica bem difícil.
C.V.: A concorrência é muito grande no setor? Já
ficou preocupado com isso em algum momento?
R.R.:
Tem concorrência sim, mas o mercado tem espaço para
todos. A dificuldade, como disse anteriormente, é a baixa valorização, onde
contratam atendentes e tiradores de café, em vez de contratarem profissionais
para entregarem sempre o melhor.
Não tenho preocupações em ter muita concorrência porque se você
é profissional e conhece o mercado, sabe que quem conhece e respeita a
profissão e o profissional sempre vai te procurar para ter uma xícara de
excelência e não uma xícara suja, sem qualidade e respeito ao café.
C.V.: Existem empresas que contratam baristas ou o ideal é trabalhar
como autônomo?
R.R.:
Ha várias empresas de café que contratam baristas, também
empresas de máquinas de café e insumos. Tem que analisar todas as propostas para vir o que é viável para
cada um. Ha várias opções de Contratos pela CLT e outras opções para autônomo. Quando se é pela CLT, você tem horários e responsabilidades
diferentes; se autônomo, você tem que matar um leão por dia, muitas vezes,
trabalhando muito além do horário e dos dias de trabalho. Mas, tem a liberdade
de conhecer muitas pessoas e diferentes lugares, sempre aprendendo a cada dia.
C.V.: Sua especialidade maior é o café e sua diversidade, certo? É difícil,
no início da carreira, preparar os cafés com os desenhos decorativos?
R.R.:
Um dos meus diferenciais são drinks com café e Latte Art,
além de métodos de preparo do café. Para se fazer o Latte art (desenhos) se faz necessário ter
muito treino e dedicação. Para alcançar a perfeição deve seguir procedimentos e
técnicas que são aprendidos ao longo do tempo. Treinando as técnicas e sempre inovando, principalmente, onde temos um expresso perfeito e um leite de vaporização
perfeita sem ferver. Ou seja, você precisa aprender a andar e depois treinar para
correr. Não é simplesmente pegar um tênis e correr uma maratona. Então, o coreto é: primeiro, aprenda a fazer um expresso com
excelência; depois, treine a vaporização perfeita do leite. Quando os dois
tiverem de acordo e bem treinados, você começa a estudar as técnicas para Latte
Art. Depois de três a seis meses, você estará apto para servir Latte Artes
perfeitos!
C.V.: Existe alguma técnica especial para tanto?
R.R.:
Sim. Tem técnicas e treinos específicos.
C.V.: E com relação aos sucos e demais bebidas, quais os mais simples de
serem preparados?
R.R.:
Hoje não trabalho com sucos e afins. Só trabalho com extrações de expressos e preparo de cafés
especiais.Quando você é profissional no que faz não há dificuldades
maiores e menores e, sim, o amor ao executar o serviço.
C.V.: Com a pandemia o setor foi muito prejudicado?
R.R.: A pandemia sim afetou bastante. Fiquei cinco meses sem trabalho devido à ela. Vários cafés de referência em São Paulo fecharam, diversos amigos perderam empregos e muitos eventos de café foram cancelados. Paramos de trabalhar, de conhecer novidades do mercado, tivemos perdas na renda, enfim. Mais, isso tudo foi um bom aprendizado porque o mercado está voltando mais forte e, pequenos investidores, estão entrando em contato buscando melhorar e ampliar seus negócios, treinando equipes e crescendo a cada dia. Além de novos cafés sendo inaugurados, criando novos postos de trabalho.
C.V.: Quais são os seus contatos?
R.R.:
@ricardobarista
(Instagram), Caffeine Muito além do Cafezinho (canal do YouTube), Ricardo
Rodrigues da Silva (Facebook) e (11) 97330-9829 (WhatsApp).
Foto1: Arquivo pessoal
de Ricardo
Rodrigues
Foto2: Internet
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