Ricardo Rodrigues, o ‘Cowboy’ que faz história como barista em São Paulo

14 outubro 2020 |

 


A cidade de São Paulo, por se tratar de uma metrópole, oferece muitas oportunidades de emprego para quem deseja evoluir na carreira. E muitos aproveitam essa chance para crescer profissionalmente. Como exemplo, o jovem Ricardo Rodrigues, 42 anos. Mais conhecido na região como “Ricardo Cowboy, já trabalhou como bartender por 10 anos e atua como Barista há 12. Como um elo vai ligando ao outro, Rodrigues também atua como professor na Escola Bares SP há 10 anos. “E ministrei cursos de barista e Latte Art no Senac São Bernardo do Campo por dois anos, além de ser técnico de Máquinas para café”, informa.


Para compor sua bagagem profissional, o rapaz fez diversos cursos de Barista e Latte Art (técnica que consiste em criar desenhos sobre o café), além de visitas a fazendas de café, sempre estudando e se atualizando no mercado de cafés especiais. Ele conta como foi seu início no ramo. “Comecei dentro do bar extraindo expressos e preparando alguns cafés básicos. Peguei gosto pela arte do café e comecei a estudar e fazer cursos na área, como curso de barista, classificação e degustação, latte art, dentre outros. Fui praticando”, relata.


Rodrigues, apesar da capacidade em dominar os cafés com muito talento, trata-se de uma pessoa humilde e também disposta a aprender sempre mais. “Quando comecei a ministrar cursos aprendi com os alunos também. A cada curso, novos aprendizados”, destaca.

 

O barista é formado em Técnico em Segurança do Trabalho, como se não bastasse tanta sabedoria e talento, e hoje concedeu entrevista exclusiva para o CULTURA VIVA.


Acompanhe!
 

 

CULTURA VIVA: Seguiu alguma referência no ramo para dar prosseguimento ao seu trabalho?

RICARDO RODRIGUES: Tive várias referências, como Concetta Marcelina (professora do Senac-SP), Cecilia Sanada (hoje professora no Sindicafé em São Paulo), Edgard Bressani (escritor e mestre em cafés) e, como maior referência em cafés e estudos em Café, Ensei Neto (Mestre e Coffee Hunter).


C.V.: Dá para sobreviver trabalhando somente como barista?

R.R.: Hoje consigo sobreviver como barista, mas também sendo professor e prestando consultorias em montagens e treinamentos de cafeterias porque é uma pena o Brasil não valorizar esse profissional que é tão especial. Precisamos estudar todas as vertentes do mundo do café e isso ainda não é valorizado. Então, fica bem difícil. 

 

C.V.: A concorrência é muito grande no setor? Já ficou preocupado com isso em algum momento?

R.R.: Tem concorrência sim, mas o mercado tem espaço para todos. A dificuldade, como disse anteriormente, é a baixa valorização, onde contratam atendentes e tiradores de café, em vez de contratarem profissionais para entregarem sempre o melhor.
Não tenho preocupações em ter muita concorrência porque se você é profissional e conhece o mercado, sabe que quem conhece e respeita a profissão e o profissional sempre vai te procurar para ter uma xícara de excelência e não uma xícara suja, sem qualidade e respeito ao café.


C.V.: Existem empresas que contratam baristas ou o ideal é trabalhar como autônomo?

R.R.: Ha várias empresas de café que contratam baristas, também empresas de máquinas de café e insumos. Tem que analisar todas as propostas para vir o que é viável para cada um. Ha várias opções de Contratos pela CLT e outras opções para autônomo. Quando se é pela CLT, você tem horários e responsabilidades diferentes; se autônomo, você tem que matar um leão por dia, muitas vezes, trabalhando muito além do horário e dos dias de trabalho. Mas, tem a liberdade de conhecer muitas pessoas e diferentes lugares, sempre aprendendo a cada dia.


C.V.: Sua especialidade maior é o café e sua diversidade, certo? É difícil, no início da carreira, preparar os cafés com os desenhos decorativos? 

R.R.: Um dos meus diferenciais são drinks com café e Latte Art, além de métodos de preparo do café. Para se fazer o Latte art (desenhos) se faz necessário ter muito treino e dedicação. Para alcançar a perfeição deve seguir procedimentos e técnicas que são aprendidos ao longo do tempo. Treinando as técnicas e sempre inovando, principalmente, onde temos um expresso perfeito e um leite de vaporização perfeita sem ferver. Ou seja, você precisa aprender a andar e depois treinar para correr. Não é simplesmente pegar um tênis e correr uma maratona. Então, o coreto é: primeiro, aprenda a fazer um expresso com excelência; depois, treine a vaporização perfeita do leite. Quando os dois tiverem de acordo e bem treinados, você começa a estudar as técnicas para Latte Art. Depois de três a seis meses, você estará apto para servir Latte Artes perfeitos!





C.V.: Existe alguma técnica especial para tanto?

R.R.: Sim. Tem técnicas e treinos específicos.


C.V.: E com relação aos sucos e demais bebidas, quais os mais simples de serem preparados?

R.R.: Hoje não trabalho com sucos e afinsSó trabalho com extrações de expressos e preparo de cafés especiais.Quando você é profissional no que faz não há dificuldades maiores e menores e, sim, o amor ao executar o serviço.


C.V.: Com a pandemia o setor foi muito prejudicado?

R.R.: A pandemia sim afetou bastante. Fiquei cinco meses sem trabalho devido à ela. Vários cafés de referência em São Paulo fecharam, diversos amigos perderam empregos e muitos eventos de café foram cancelados. Paramos de trabalhar, de conhecer novidades do mercado, tivemos perdas na renda, enfim. Mais, isso tudo foi um bom aprendizado porque o mercado está voltando mais forte e, pequenos investidores, estão entrando em contato buscando melhorar e ampliar seus negócios, treinando equipes e crescendo a cada dia. Além de novos cafés sendo inaugurados, criando novos postos de trabalho.

 

C.V.: Quais são os seus contatos?

R.R.: @ricardobarista (Instagram), Caffeine Muito além do Cafezinho (canal do YouTube), Ricardo Rodrigues da Silva (Facebook) e (11) 97330-9829 (WhatsApp).

 

Foto1: Arquivo pessoal de Ricardo Rodrigues

Foto2: Internet


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