Quem caminha pelas estações República ou Santa Cecília do metrô se
depara com retratos de 500 moradores e frequentadores do bairro da Vila
Buarque. Trata-se da exposição A
Cara da Vila Buarque, que também está em 7 fachadas do bairro.
Essas intervenções fazem parte do projeto colaborativo que teve início no ambiente
on-line, se transformou em uma mostra a céu aberto e, agora, ganha uma nova
fase sendo exibida nas duas estações da região.
“Um dos pontos mais importantes dessa
exposição é a possibilidade de fazer uma espécie de aglomeração, numa forma de
unir todas essas pessoas para que ocupem o bairro e possamos conhecer os seus
sorrisos que, hoje, ficam escondidos por trás das máscaras”, explica a artista
visual Bia Ferrer, que há 12 anos tem o projeto Authentic Portrait – A Cara dos Lugares,
já tendo passado por 10 países e conta com um acervo com cerca de 7 mil
retratos.
Para trazer sua ideia para a região, Bia se
uniu à jornalista Priscilla Torelli, idealizadora do perfil @VilaBuarque, no ar
desde 2016 no Instagram, e que tem com cerca de 10 mil seguidores. Ela conta
que esta é uma exposição possível para o período de pandemia. “Assim como nas
ruas, nas estações do Metrô os retratos estão expostos de uma forma que as
pessoas nem precisam mudar o seu itinerário. Ela vai passar pelas intervenções
enquanto utiliza o transporte público para se deslocar e, ainda, é um convite
para quem é de fora conhecer as pessoas que fazem o bairro estar se tornando um
ícone da região central”.
Exposição teve início com a projeção dos
retratos em um prédio da região
Os retratos foram fixados no final de novembro e, em 2 de dezembro, foi
realizada uma projeção que transformou a empena lateral do prédio da Sociologia
e Política – Escola de Humanidades (FESPSP) em um telão gigante. Naquela noite,
todos os retratos foram exibidas e puderam ser contemplados de diversos pontos
do bairro.
Cada um dos 500 retratos projetados foi
fotografado e disponibilizado em alta resolução para todos os que enviaram suas
imagens para participar do projeto. Ainda houve a captação de imagens por um
drone, que registrou toda a projeção.
Do online para as ruas da Vila Buarque
O projeto colaborativo teve início em ambiente virtual, com os retratos
expostos no perfil @acaradoslugares, no Instagram. E, desde essa fase, o
objetivo já era construir uma narrativa sobre a diversidade existente neste
pedaço da cidade, traçando um paralelo com a cultura contemporânea.
As pessoas participaram enviando as imagens
de junho a agosto deste ano. Todas foram tratadas e organizadas pela Bia,
sempre respeitando as orientações de isolamento social. A dupla fez ainda três
saídas para produzirem fotos de personagens que não tinham a estrutura
necessária para fazerem isso sozinhas, como idosos e moradores em situação de
rua, já que o objetivo sempre foi mostrar, realmente, todos as caras da região.
De interesse sociológico, estético e
cultural, o objetivo é também construir um memorial imagético dessa parcela da
população, que com idades e personalidades diversas, revelam signos culturais
da época e da região. Além da exposição pelas ruas do bairro, as imagens
ainda podem ser vistas nos perfis de @acaradoslugares e @vilabuarque.
Das ruas para as estações do Metrô
Devido ao grande sucesso do projeto e para celebrar os 467 anos do aniversário
da cidade, a Linha da
Cultura do Metrô de São Paulo decidiu levar a exposição para
dentro das duas estações que marcam as extremidades da Vila Buarque: República
e Santa Cecília.
Para essa nova fase, que conta com o apoio da
Livraria Martins Fontes, Bia e Priscilla prepararam grandes painéis, mosaicos
montados com todas os 500 retratos para cada uma das estações. Sendo assim, o
projeto passa a contar com cerca de 1.500 retratos expostos simultaneamente de
forma física: 500 pelas ruas da Vila Buarque, 500 na República e 500 na Santa
Cecília. Além de ainda estarem disponíveis em ambiente on-line no instagram
@acaradoslugares.
Sobre o bairro
Localizada na região central de São Paulo, a Vila Buarque congrega a
diversidade de forma única, mesclando história e modernidade. Moradores e
comércios antigos e novos convivem harmoniosamente neste pedacinho da cidade. A
história da cultura e da política do Brasil também passa por este bairro.
Bia Ferrer
Artista visual, palestrante, educadora, fotógrafa e videomaker, Bia Ferrer
transita entre produções comerciais e autorais desde 2003, ano em que recebeu o
1º lugar como Fotógrafa Revelação Brasil no concurso realizado pela Casa de
Criadores - SP.
Já realizou exposições em NY, Montreal e São
Paulo, apresentando o projeto de fotografia urbana chamado Authentic Portrait –- Cara dos Lugares,
iniciado em 2008, com mais de 7 mil retratos tirados em dez países.
Priscilla Torelli
Jornalista e entusiasta do universo da
fotografia, registra imagens de pessoas pelo mundo durante suas viagens. Já
esteve em 58 países e em 19 estados do território nacional. Com passagem por
diversas emissoras de TV, Priscilla é, além de uma entusiasta do universo das
viagens, alguém que acredita no poder e na força das comunidades.
Apaixonada pela Vila Buarque, mora há quase
20 anos na região. Faz o instagram @VilaBuarque desde 2016 e, no perfil, traz
curiosidades e mostra diariamente cenas do cotidiano do local para cerca de dez
mil seguidores.
Exposição “A Cara da Vila Buarque”
Desde 22 de janeiro na estação República e, a
partir de 28 de dezembro, na estação Santa Cecília do Metrô.
Foto: Divulgação
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