Neste mês da Mulher, confira cinco figuras
femininas que estão fazendo a diferença na crise
As mulheres, população que representa maioria
no mundo, vem conquistando significativos avanços nas questões sociais,
econômicas e também culturais. Nos últimos tempos, houve mudanças importantes
como a conquista de mais equidade e respeito em comparação aos homens, mais
recursos de punições contra a misoginia (característica que representa aversão
às mulheres), além de maior independência financeira.
Hoje, há um crescimento da presença feminina em posições de chefia e CEO levels
dentro de corporações renomadas e também cargos políticos governamentais de
relevância.
Também é o público mais atingido pela crise no mercado de trabalho durante a
pandemia. Segundo dados do IBGE, as mulheres representam apenas 46%
da força de trabalho, no qual integra pessoas empregadas e procurando
oportunidades.
Tais dificuldades não impedem, no entanto, que a figura feminina seja a maior
responsável pelo sustento da família e que trilhe um caminho de sucesso em
diversas áreas. Com jornadas triplas de trabalho: emprego, casa e família, 41%
das mulheres afirmam estar trabalhando mais durante a quarentena,
segundo a pesquisa realizada pela startup de jornalismo de dados Gênero e
Número.
Mesmo com tantos desafios e dificuldades, não espanta constatar também que o
público feminino foi o que mais inovou nos negócios comparado aos homens
durante a pandemia. A pesquisa feita pelo Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV) mostra que 71% das mulheres usaram recursos para inovar nos
negócios durante a crise.
Segundo a especialista em inteligência de mercado e CEO da Wish International,
Natasha de Caiado Castro, a pandemia transformou a rotina das mulheres,
principalmente nos negócios. "A inovação feminina veio tanto dentro das
corporações ou com o empreendedorismo individual, como também para a sociedade:
no momento em que, em muitos casos, tais mulheres trazem inovação
tanto para o mercado de trabalho, quanto para a sociedade.", afirma.
Inovações femininas essenciais na pandemia
Neste mês das mulheres, confira cinco figuras que conquistaram lugares de
destaque durante o período de pandemia:
Natasha de Caiado Castro
A pandemia mudou consideravelmente as relações entre as pessoas, principalmente
no ambiente corporativo, com a presença acentuada do trabalho remoto. O
isolamento social afastou as relações interpessoais dentro das organizações e
aumentou o contato mecânico entre colegas de trabalho e líderes.
Com o objetivo de aproximar a equipe, a expert em Marketing de Experiência, na
qual conta com escritórios no Brasil, Vale do Silício (EUA) e França, inova
trazendo soluções e atividades dinâmicas para as empresas, apesar do
isolamento.
Para isso, ela explora soluções virtuais de reaproximação. "O uso de
eventos híbridos - reunião virtual entre a equipe com envio de produtos
(comida, bebida, etc) na casa do funcionário via delivery- demonstra atenção e
empatia por parte da companhia, mesmo que os líderes estejam longe
fisicamente", explica a especialista.
"No período de pandemia, os líderes focaram em aperfeiçoar a tecnologia,
com rápida digitalização e esqueceu de dar atenção às relações do time",
assegura.
Juntamente, o uso de jogos também pode ser interessante para interação entre a
equipe. "A criação de um jogo virtual, no qual os colaboradores tornam-se
avatares - representação humana no jogo - gera proximidade e identificação
dentro da empresa, além de ser um bom entretenimento. Além disso, a gamificação
possibilita reconhecimento do outro indivíduo", conta a profissional.
"Tais atributos permitem, principalmente no trabalho remoto, maior humanização,
característica essencial no isolamento social e que foi perdida em 2020. Por
isso, em 2021 é importante que as companhias explorem a socialização entre as
equipes utilizando ferramentas disponíveis dentro do contexto do home
office", indica.
Carmela Borst
Ainda no ambiente organizacional, a profissional de Marketing, Carmela Borst é
precursora da ação ‘Engage for Good’. A expressão traduzida para o português
‘Engajamento para algo bom’ significa que empresas devem orientar e acolher
toda a equipe - alguns que inclusive possam estar se sentindo isolados e
afastados da companhia - e levá-los para uma única direção que envolva
melhorias para a sociedade.
Para isso, o propósito escolhido pela empresa deve estar alinhado aos ideais da
corporação e, simultaneamente, impactar a equipe. Isso faz com que o time fique
engajado e encontre um objetivo em comum, no momento em que estará ajudando a
sociedade a atravessar este período tão difícil.
Ester Sabino
Já na área da saúde, o destaque é a pesquisadora brasileira, professora e
imunologista líder do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São
Paulo (IMT-USP), Ester Sabino, que realizou o sequenciamento do genoma do
Sars-Cov-2.
Para realizar esse feito, ela identificou a origem das primeiras contaminações
no Brasil, o percurso da transmissão e o tempo em que o vírus estava presente
em determinada região. Com isso, pode-se prever como o vírus se comportará em
breve.
O procedimento só obteve êxito porque a cientista, há quatro anos, adotou o estudo
do material genético para estudar epidemias causadas pela dengue e zika. A
partir disso, foi possível sequenciar o genoma de amostras dos primeiros
pacientes infectados no Brasil em apenas 48 horas, procedimento que levaria
cerca de 15 dias para conclusão. Com isso, tal feito impressionou o mundo todo.
Lauren Gardner
Ainda com soluções para conter a pandemia, a engenheira e professora
norte-americana do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade
Johns Hopkins, Lauren Gardner, liderou a criação do painel que monitora a
Covid-19 no mundo.
O rastreador faz o mapeamento instantâneo dos casos de contaminações e mortes
e, para isso, Lauren teve um papel fundamental liderando o time que desenvolveu
o sistema. Com cerca de 1 bilhão de acessos por dia, a ferramenta tornou- se a
fonte de maior autoridade para monitorar o vírus.
Jacinda Ardern
Países liderados por mulheres também ganharam holofotes graças à
eficácia no combate à pandemia. Um dos principais nomes foi (e ainda continua
sendo) a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, que, por meio de
boa gestão, erradicou os casos ativos de Covid-19.
A administração bem sucedida envolveu medidas duras de isolamento social no
país, contanto sete semanas de isolamento social rígido e também comunicação
aberta em lives, na qual conversava diretamente com a população neozelandesa.
Além disso, a Alemanha, com Angela Merkel; Taiwan, com Tsai Ing-wen e Noruega,
chefiada por Erna Solberg, são outros exemplos de países liderados por mulheres que
se destacaram no combate ao vírus.
Tamanha relevância da liderança feminina, foi tema do estudo intitulado ‘
Liderando a luta contra a pandemia: Gênero ‘realmente’ importa?’, no qual
sugere que o sucesso das mulheres é por conta do estilo mais democrático
e participativo, além da comunicação direta, diferente do tom, normalmente,
diretivo dos homens.
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