"Mais um ano se passou / E nem sequer ouvi falar seu nome / A lua e
eu…". Esses são os primeiros versos de um dos maiores clássicos da
MPB, "A Lua e Eu", famosos na voz de Cassiano, autor da
canção. E é em tom de homenagem que o cantor e compositor Michael Sullivan,
outro grande nome da música popular brasileira, lança pela primeira vez a faixa
nas plataformas de música - ouça aqui . Com
produção assinada por Lincoln Olivetti e como se a existência desta gravação já
não fosse um presente o suficiente, seu lançamento chega ainda acompanhado de
um lyric vídeo em preto e branco, com elegantes imagens de Sullivan em estúdio
- assista aqui .
Sullivan reflete a respeito das motivações para lançar a faixa neste
momento, mais de 20 anos após a gravação original. "Chega uma
época em que nos damos conta de que tudo o que fazemos se transformará em
lembrança um dia. É a maturidade. Para alcançá-la, é preciso justamente já ter
lembranças. E isso faz com que cada hora das nossas vidas seja bela e que as
músicas ecoem", conta o artista. "Eu e Cassiano
sempre tivemos muito em comum: nordestinos, negros, pobres. Éramos perfeitos
para os rótulos e nós fizemos de tudo para que isso não acontecesse. Olhando
para trás, no ato daquela, nos sentimos vitoriosos diante dos preconceituosos.
Essa gravação me diz muita coisa e volto a afirmar: o mínimo gesto que eu
poderia fazer é deixar essa lembrança para o futuro. Por isso a minha homenagem
ao mestre Cassiano", completa.
A nova versão de "A Lua e Eu" é capaz de
transportar quem ouve para a era de ouro do soul, do blues e da black music no
Brasil, um movimento capitaneado por nomes como Sullivan, Cassiano e Tim Maia,
que teve seu auge entre as décadas de 60 e 70. "Todas as emoções
que tive com Cassiano, e também com Tim Maia, balizaram minha música ao longo
de toda a minha vida. Nesta faixa, em que convidei Cassiano a cantar comigo
essa composição dele, podemos ouvir ao final sua assinatura, na qual ele diz:
‘essa é com carinho para o nosso povão’. Porque ele sempre me disse que
admirava a minha leitura plural, como era a dele, e a forma como busquei servir
ao meu povo por meio da minha musicalidade. Meu entendimento é que a cultura de
um país é formada pelo povo. A arte como resistência é fundamental. Mas a minha
arte é sobre existência", confidencia Sullivan ao trazer à tona
recordações da época.
Questionado sobre a atual cena brasileira de soul e blues, o cantor e
compositor se mostra antenado ao que está acontecendo e cita artistas da nova
geração. "O cenário de hoje é propício, eu tenho escutado
sonoridades, timbres e levadas incríveis. Estamos no tempo do som e seus
experimentos. Tenho ouvido artistas completos como Delacruz, Liniker, Luccas
Carlos. Vejo este tempo reunindo ingredientes perfeitos para casar com a
melodia. Acho que esse encontro está vindo e será muito promissor para o blues
e soul brasileiro. O que muito me toca é ver também artistas que não são
necessariamente do gênero, mas trazem as influências ‘blacks’ para seus álbuns,
expandindo e conquistando mais espaço. É um bom caminho!", conclui.
"A Lua e Eu" - Michael Sullivan e Cassiano
Lançamento Som Livre - 25 de junho/2021 (ontem)
Sobre a Som Livre
A gravadora brasileira Som Livre foi fundada pela Globo em 1969 para o
lançamento e divulgação de trilhas sonoras de programas de TV. Com todas as
transformações no mercado musical, a Som Livre se tornou uma gravadora de
vanguarda, refletindo o gosto musical do brasileiro. Com sua capacidade única
de entender e antecipar preferências, aspirações e comportamentos dos brasileiros,
a Som Livre é uma gravadora de música digital totalmente integrada com um
modelo comprovado para identificar, desenvolver e promover a música e os
artistas que os fãs continuarão a abraçar nas próximas décadas. A Som Livre tem
forte atuação em eventos ao vivo, sendo produtora de festivais no país por meio
de diversas marcas, como Festeja e Samba D+. Ela também tem sua plataforma de
distribuição de música, a Fluve, e operações adicionais em sua editora musical.
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