De 31 de
agosto a 14 de novembro de 2021, a Japan
House São Paulo apresenta exposição individual inédita da
artista visual Yuko
Mohri, sob o nome "Parade – um pingo pingando, uma conta, um
conto". As delicadas, porém potentes, instalações da
artista japonesa apresentam ideias como transitoriedade e impermanência,
conceitos muito presentes na cultura nipônica, criando ecossistemas compostos
por esculturas cinéticas e sonoras. Esta exposição integra a rede de
colaborações da 34ª
Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto, que acontece a
partir de 4 de setembro.
Tendo como ponto de partida duas de suas principais obras: Parade e Moré Moré, “Parade – um pingo pingando, uma conta, um”, instalação criada especialmente para a Japan House São Paulo exalta a filosofia japonesa do [you no bi], ressignificando objetos e utensílios comuns em suas obras, ressaltando o belo no ordinário. Do filósofo japonês Soetsu Yanagi (1889-1961), o conceito [you no bi] valoriza a “beleza dos objetos cotidianos”.
O delicado equilíbrio presente nas obras da jovem artista, que hoje leciona na Universidade de Artes de Tóquio, é fruto de anos de pesquisa em colaboração com profissionais de diversas áreas. Parade consiste em uma máquina desenvolvida pela artista com ajuda de engenheiros, baseada em uma placa de prototipagem eletrônica de código aberto que lê os desenhos de uma toalha de mesa estampada com frutas coloridas. As imagens são traduzidas em correntes elétricas que percorrem diversos fios, provocando reações inesperadas como uma luz que liga e desliga, espanadores que pulam no chão, um acordeão que parece ganhar vida própria. Os diversos objetos que compõem o trabalho são fruto das coletas de Yuko ao redor do mundo. Esse ecossistema criado pela artista foi inspirado no jardim botânico que Yuko costumava frequentar quando criança e onde observava a natureza semiartificial e sua transformação nas diferentes épocas do ano.
Ainda dentro das questões envolvendo a impermanência e a
transitoriedade, temas recorrentes na trajetória da artista, a obra incorpora
elementos da série Moré
Moré, na qual Yuko causa vazamentos propositalmente para, então,
tentar obstruí-los e fazer com que a água circule novamente pelo sistema
danificado. A ideia surgiu a partir dos registros fotográficos que a artista
fez dos frequentes vazamentos de água no metrô de Tóquio, em 2009. As equipes
das estações atingidas usaram uma variedade de recipientes incluindo garrafas,
baldes, guarda-chuvas e tubos para conter o fluxo. A observação deste
acontecimento, inspirou Yuko a criar suas próprias esculturas, que se
tornaram cada vez mais elaboradas ao longo dos anos.
Como uma homenagem à composição de Tom Jobim, “Parade – um pingo pingando, uma conta, um
conto” é uma releitura da artista de sua própria obra, uma
versão tropicalizada feita a partir da relação estabelecida por ela entre os
objetos de sua instalação e a letra da famosa canção. Para a Diretora Cultural
da Japan House São Paulo e curadora da individual,
Natasha Barzaghi Geenen, “os projetos de Yuko exploram ideias de
energia e força intangível, investigam a gravidade, o magnetismo e a luz como
fatores de presença perceptível em espaços antes inocupados. A ideia é causar
curiosidade e maravilhamento, com os objetos retirados de suas funções
primárias e costurados numa teia poética, valorizados nessa colagem espacial,
nos deixando mais conscientes do nosso entorno”. Buscando criar oportunidades
equitativas para todos os públicos, a exposição “Parade – um pingo pingando, uma conta, um conto” conta com
recursos de acessibilidade como audiodescrição, libras e elementos táteis.
A arte peculiar de Yuko Mohri lhe conferiu um reconhecimento em
países como Japão, França e Inglaterra, algo que só tem crescido nos últimos
anos. Entre as apresentações, destaque para as individuais SP. by yuko mohri (Ginza
Sony Park, Tóquio, 2020) e Voluta (Camden
Art Centre, Londres, 2018) e a sua participação nas coletivas Japanorama: New Vision on Art since 1970 (Centre
Pompidou-Metz, França, 2017), e na Biennale
d’Art Contemporain de Lyon 2017 (França). Em 2015 ganhou o
grande prêmio no “Nissan Art Award” e, em 2016, conquistou o “Culture and
Future Prize” no “Kanagawa Culture Award”. No ano seguinte, recebeu o Prêmio de
Melhor Artista Jovem do “67º Prêmio do Ministro da Educação para Belas Artes”
do governo japonês. Em 2018, foi escolhida como representante japonesa do
Programa de Intercâmbio Cultural para o Leste Asiático da Agência de Assuntos
Culturais do governo japonês, quando passou uma temporada na China.
Artista convidada da 34ª Bienal de Arte de São Paulo
Este ano, Yuko também é uma das artistas internacionais
convidadas para integrar a 34ª Bienal de Arte de São Paulo, que acontece de 4
de setembro a 5 de dezembro, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque
Ibirapuera. A artista também esteve presente na exposição coletiva Vento,
realizada em 2020 como parte da programação da 34ª Bienal.
Mais do que um reconhecimento à relevância da jovem artista, a
parceria entre as duas instituições culturais representa um reconhecimento à
relevância do trabalho desenvolvido pela Japan House São Paulo na difusão da
cultura nipônica e da arte japonesa no Brasil, já que desde 2006, a Bienal não
trabalha mais com representações nacionais. “Esta é uma oportunidade dupla para
o público poder ter um entendimento e um contato mais amplo com as obras de
Yuko, tanto na exposição da Japan House São Paulo ainda em agosto, quanto na
exibição da 34ª Bienal”, comenta Natasha Barzaghi Geenen.
“Parade - um pingo pingando,
uma conta, um conto”, de Yuko Mohri
Período: de 31 de agosto a 14 de novembro de 2021
Segundo andar
Entrada gratuita
Reserva online antecipada (opcional): https://agendamento.
A exposição conta com Recursos de Acessibilidade
Japan House São Paulo – Avenida Paulista, 52
Horário de funcionamento:
Terça a sexta-feira, das 10h às 17h
Sábados, domingos e feriados | das 9h às 18h
Entrada gratuita
※Devido ao coronavírus,
estamos funcionando com capacidade reduzida. Para mais informações, acesse o
site da Japan House São Paulo.
Confira as mídias sociais da Japan House São Paulo:
Site: https://www.japanhousesp.com.
Instagram: https://www.instagram.com/
Twitter: https://www.twitter.com/
YouTube: https://www.youtube.com/
Facebook: https://www.facebook.com/
LinkedIn: https://www.
Sobre a
Japan House São Paulo (JHSP):
A Japan House é uma iniciativa com a finalidade de divulgar os
diversos atrativos, atividades e medidas governamentais do Japão, ampliando o
conhecimento de toda a comunidade internacional referente à cultura japonesa.
Inaugurada em 30 de abril de 2017, a Japan House São Paulo foi a primeira a
abrir as portas, seguida por Londres (Inglaterra) e Los Angeles (EUA). Atua
como plataforma pública na geração de oportunidades de cooperação e intercâmbio
entre o Japão e o Brasil, nas mais diversas áreas como artes, negócios,
esportes, design, moda, gastronomia, educação, turismo, ciência e tecnologia.
Apresentando o Japão, promove exposições, seminários, workshops e inúmeras
outras atividades em sua sede, em outros espaços e digitalmente. Em fevereiro
de 2020, a Japan House São Paulo alcançou a marca de 2 milhões de visitantes,
sendo considerada uma das principais instituições culturais da Avenida
Paulista. Desde abril de 2020, a instituição possui a Certificação LEED na
categoria Platinum - o mais alto nível de reconhecimento do programa -
concedida a edificações sustentáveis.
Foto1: Kenshu
Shintsubo
Foto2: Jacqueline Trichard
Foto3: Nobutada Omote
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