Sonhar,
experimentar os dessabores da vida e, num dado momento, perceber que o mundo
girou e as realizações chegaram passo a passo. Assim, mais ou menos, tem sido a
vida do ator Robson Santos, 43 anos.
Vindo de família simples, conservava em seu coração um desejo profissional: ser
um ator de sucesso. Até que a vida se encarregou, direitinho, de organizar cada
ato do espetáculo e a magia da TV começou a se tornar real para o jovem
sonhador.
Depois
de vinte anos de carreira, Santos
comemora as vitórias conquistadas, mesmo num país onde a arte e a cultura lutam
para sobreviverem, constantemente.
Confira o super bate papo com esse astro dos palcos brasileiros!
CULTURA VIVA: O início de sua carreira
como ator foi natural? Recebeu influências?
ROBSON SANTOS: Estou
nessa caminhada profissional há vinte anos e já tive a grata oportunidade de
atuar no teatro, na TV, no cinema e em publicidade. E nada disso foi fácil.
Poucas pessoas acreditavam que poderia ser possível: preto, pobre, filho de
empregada doméstica... Mas, desde criança eu já tinha em mente que, um dia, eu
me tornaria ator. Eu costumava, desde muito cedo, assistir a novelas, filmes,
programas de TV e séries com minha avó de criação e amava aquela magia vinda da
telinha. Certa vez, enquanto assistia a novela “Livre para Voar”, falei que, um
dia, iria trabalhar com o ator Tony Ramos. E aquele sonho de menino se realizou
décadas depois, ao atuar com ele, brevemente, em “A Regra do Jogo” e, mais
tarde, de maneira mais longa e próxima, em “O Sétimo Guardião”. Ele é a minha
maior referência. Não só pelo lado profissional, mas, também, pela pessoa
maravilhosa que é.
C.V.: De lá para cá, o mercado melhorou ou piorou, em sua
opinião?
R.S.: Ser ator não é algo fácil. São muitos
"nãos" e muitos obstáculos até receber o tão desejado
"sim". É preciso acreditar em si e ir em busca do objetivo com foco e
estudo. O mercado, com relação ao ator negro, vem buscando expandir a visão.
Nós podemos e temos total capacidade de interpretar médicos, professores,
juízes, advogados, empresários, protagonistas, enfim. Os primeiros passos para
essa mudança estão sendo dados, mas ainda há muito a se conquistar.
C.V.: Um dos trabalhos marcantes que já fez para a TV foi a
série "Saúde em Cena" para o Canal Saúde, em 2012, mas a emissora
exibe até hoje, aos domingos. Tem saudade daquela atuação?
R.S.: Tenho imenso orgulho desse trabalho! Foi o meu primeiro
protagonista na TV e um grande aprendizado. Eu interpretava o Nando, um pai
viúvo, que criava a filha pequena e cuidava do pai aposentado. Líder
comunitário, acaba sendo convocado (no início, contrariado) para integrar o
Conselho de Saúde da cidade onde mora, até se tornar presidente do Conselho. Na
série abordávamos diversos temas como o alcoolismo, a dengue, a gravidez na
adolescência, a importância do Conselheiro de Saúde para o município e o
correto descarte do lixo, dentre outros assuntos.
C.V.: Já atuou em projetos semelhantes com intuitos
educativos?
R.S.: Sim! Já atuei em projetos institucionais em que o
intuito era transmitir dicas construtivas e positivas às pessoas.
C.V.: E sua participação na novela "Gênesis",
da Rede Record, como surgiu o convite?
R.S.: A produção de elenco da novela entrou em contato comigo.
Fiquei muito feliz com o convite! Fazer parte do elenco de uma produção tão bem-sucedida
foi um grande presente! “Shamash” é um homem simples, criador de ovelhas, amigo
de Judá e pai de Tamar. Ele se preocupa com o futuro da única filha mulher. Um
trama densa.
C.V.: Você também apresentou o programa "Almanaque Saúde", pelo Canal Futura. Como define essa experiência? É o primeiro programa que apresenta?
R.S.: Eu amei! Foi enriquecedor! Sou formado em Jornalismo pela
PUC e ter a oportunidade de apresentar um programa pela primeira vez foi um
delicioso desafio! Foram vários programas. Gravei todos em Brasília. A equipe
me recebeu de braços abertos e a Mariana Hein, também apresentadora, foi uma
parceiraça! Ali eu apresentava, entrevistava e falava sobre diversos temas
relacionados à saúde. Guardo com muito carinho essa experiência!
C.V.: Tem alguma novidade vindo por aí para seu público?
Quais são seus projetos para 2022?
R.S.: Participei de três filmes que ainda serão lançados, e os
testes não param na vida de um ator: ministro uma oficina gratuita de
interpretação no bairro onde resido (Rio Comprido), que deve retornar ainda
este ano. São vinte alunos apaixonados pela Arte. Tivemos que dar um
tempo com as aulas presenciais devido à pandemia, mas acreditamos que o retorno
acontecerá em breve.
C.V.: Além de atuar e apresentar, já trabalhou com música
também?
R.S.: Amo o
universo musical! Em algumas peças na CAL (escola de teatro onde me formei),
cheguei a cantar. Mas, ainda pretendo ingressar em um curso de canto para
desenvolver essa Arte.
C.V.: E no Teatro já participou de muitas
produções? Qual a que mais deu trabalho?
R.S.: Tive
oportunidades teatrais bem bacanas. A que mais me deu trabalho foi “O Auto da Compadecida”.
Um trabalho que me gerou evolução. Uma peça que era um sucesso estrondoso, com
um elenco brilhante e eu estava ali para substituir um ótimo ator. A
responsabilidade era gigante. Eu interpretava um dos palhaços/brincantes e
Jesus. Minha estreia foi em Belo Horizonte. Acabou dando tudo certo e fiquei por
anos no espetáculo.
C.V.: Apesar de atuar em várias
esferas da Comunicação, em qual delas se sente mais à vontade e te dá
mais prazer?
R.S.: O Teatro, definitivamente, é algo mágico e a base de tudo. O
"aqui e agora" faz cada apresentação se tornar única.
C.V.: Quais são suas redes sociais?
R.S.: Quem quiser, é só me seguir no Instagram @robson.santos.rj.
Fotos: Divulgação
1 comentários:
Honrado demais por ser aluno desse ser humano maravilloso...
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