A atriz e humorista Claudia Rodrigues busca nos EUA tratamento inovador para esclerose múltipla

26 dezembro 2022 |

 


A atriz e humorista Claudia Rodrigues, diagnosticada com esclerose múltipla, doença neurológica autoimune, com a qual convive desde o ano 2000, anunciou recentemente que planeja realizar um tratamento nos EUA no Instituto Médico BTT, comandado pelo Dr. Marc Abreu, que desenvolve soluções pioneiras baseadas na termodinâmica cerebral, temperatura do cérebro e frequências termorregulatórias, com uma ampla gama de aplicações em terapia, diagnóstico e prevenção de doenças. Claudia está em fase inicial de avaliação e planejamento do tratamento.



Em 2007 foram iniciados estudos sobre tratamentos utilizando o Túnel Térmico Cerebral (BTT) na Universidade de Yale (EUA), pelo médico e neurocientista dr. Marc Abreu, e em 2011 foram apresentados os resultados da aplicação da tecnologia para tratamento de pacientes com esclerose múltipla no congresso da Sociedade Americana de Anestesistas ASA (American Society of Anesthesiologists), em Chicago (EUA), com o trabalho científico “The Brain Temperature Tunnel: More Than a Path for Monitoring Temperature”. Os resultados da pesquisa do grupo da Universidade de Yale, liderado pelo dr. Abreu, revelaram que o BTT é muito mais que um caminho para monitorar a temperatura do cérebro, mas também um caminho para o tratamento com sucesso para doenças neurológicas.

Doenças neurológicas e oncológicas tem uma patogênese comum associada a máquina molecular de proteínas de choque térmico. Portanto, terapias baseadas na termodinâmica cerebral podem tratar processos patológicos distintos.

Estudos continuam a ser feitos e recentemente um relato de caso foi apresentado no congresso médico de 30 anos da Academia Americana de Medicina Anti-Envelhecimento (Longevity Fest 2022), em Las Vegas (EUA), que se destaca por apresentar avanços de pesquisa e tratamento de ponta em áreas relacionadas à longevidade e qualidade de vida, incluindo o câncer e doenças neurológicas. “Apresentamos o caso de um paciente com câncer metastático em estágio terminal que, após o tratamento no Instituto Médico BTT, teve a resolução total do câncer”, diz o dr. Abreu. Foram apresentados dados radiológicos e moleculares do paciente antes e depois do tratamento que comprovam a resolução do câncer.

A descoberta do dr. Abreu na Universidade de Yale, o BTT (Brain Thermal Tunnel) ou Túnel Térmico Cerebral em português, possibilitou pela primeira vez na história a medição contínua e não invasiva da temperatura do cérebro. O descobrimento do BTT e resultados científicos alcançados permitiram ainda o desenvolvimento da tecnologia aprovada pela FDA (agência reguladora de saúde do governo norte-americano), tornando possível os tratamentos de hipertermia e hipotermia avançadas, baseados na termodinâmica cerebral.   

No caso de Claudia Rodrigues, pelo seu diagnóstico de esclerose múltipla, é indicada a técnica de hipotermia avançada guiada pelo cérebro, em que o paciente recebe estímulos de modulação de frequência termoregulatória para profundo resfriamento sistema nervoso central incluindo o cérebro e geralmente seguidos pela indução de proteínas de choque térmico.

“Os pacientes que sofrem de esclerose múltipla têm danos nas bainhas de mielina no cérebro, responsáveis pela condução nervosa. Nesses casos, modulando a temperatura do cérebro, o tratamento auxilia na ativação das células que produzem mielina, restaurando e preservando os nervos em processo de desmielinização e mantendo sua capacidade de conduzir impulsos nervosos.”, destaca o dr. Abreu. Já a indução de proteína de choque térmico para tratamento de esclerose múltipla leva a diminuição de inflamação do sistema nervoso através da redução de infiltração de células T e diminuição de citocinas inflamatórias no cérebro. “Através de validação molecular pelo Laboratório Quest dos EUA nós mostramos estes resultados com diminuição e normalização de citocinas inflamatórias que resultam no processo de restauração do sistema nervoso na esclerose múltipla.”, adiciona dr. Abreu.

“A minha expectativa para o tratamento é a regeneração das minhas sequelas para que eu possa ter maior qualidade de vida e volte a atuar. Esse é o meu maior sonho!”, diz Claudia Rodrigues, atriz e humorista.

As técnicas aplicadas no Instituto Médico BTT, de hipotermia e hipertermia, são indicadas para pacientes com doenças neurológicas como esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença de Alzheimer, doença de Parkinson, ataxia e outras doenças neurológicas, além de câncer.

“Não há contraindicação, fazemos uma avaliação médica em que alguns dos critérios são o estado clínico e o estágio de progressão da doença para entender se o paciente pode ser submetido ao tratamento, que é o processo que Claudia Rodrigues deve passar nos próximos meses. Já tratamos, por exemplo, um paciente de 88 anos, Sr. Christos Mitropoulos, com doença de Alzheimer e doença de Parkinson, que tinha a deglutição comprometida e voltou a comer, não falava e teve a fala restaurada e ainda dependia de cadeira de rodas para locomoção e voltou a andar.”, explicou dr. Abreu. A esposa do paciente, Eliana Mitropoulos, enviou, cerca de nove meses depois do tratamento na BTT, a seguinte mensagem: “Dr., tudo que foi prometido foi cumprido. Não tenho palavras para agradecer, nunca imaginei que veria ele andar, falar e comer novamente.”, afirmou ela.

Importante ressaltar que induções cerebrais de resfriamento ou de choque de calor são procedimentos totalmente não invasivos, sem qualquer tipo de incisão, medicação, uso de anestesia, internação ou hospitalização dos pacientes, além de não apresentar efeitos colaterais negativos. Mas enfatiza dr. Abreu “não existe garantia de sucesso, apesar de nossos consistentes bons resultados”.

A arquiteta Lílian Matos Deborba, 34, brasileira, que mora em Boston nos EUA, foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2013 e decidiu fazer o tratamento especializado. “Fiz o tratamento com o dr. Marc Abreu há dois anos e me ajudou bastante. Quando fui diagnosticada com esclerose múltipla, durante muito tempo, tive dificuldades para caminhar e não conseguia nem sequer andar do quarto para a cozinha ou da sala para o banheiro, nem segurar a minha filha. Quando encontrei o tratamento, decidi realizá-lo. Depois disso, mudei totalmente! Hoje consigo fazer praticamente tudo, inclusive tive mais uma filha.”. Lilian, além de estar restaurada, desde o tratamento não teve mais nenhum surto ou perda de funções motoras.

Para se submeter a uma sessão é preciso passar por cinco dias consecutivos de consultas, exames e procedimentos em que o paciente passa por testes cognitivos, neuromusculares, de força, equilíbrio, respiratórios, oftálmicos e ainda testes da velocidade e amplitude da condução nervosa, além de sofisticados exames clínicos para análise molecular (pré e pós-tratamento). Durante estes dias, o paciente passa pelo procedimento de hipotermia ou hipertermia avançada guiada pelo cérebro.  “As melhoras geralmente são imediatas e vão se consolidando ao longo dos meses seguintes ao tratamento. As abordagens convencionais tem um papel de diminuição da progressão da doença mas não atuam na restauração de lesões cerebrais ou sequelas. O nosso tratamento tem como objetivo restaurar as funções perdidas e devolver a qualidade de vida para o paciente como aconteceu com a Lilian, no entanto cada paciente possui uma resposta individual ao tratamento, mas temos obtido resultados restauradores de forma consistente.”, finaliza o dr. Abreu.


Foto1: Internet

Foto2: Divulgação


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