Mary Difatto e as conquistas literárias de uma batalhadora

10 novembro 2024 |

 


Ela é professora por formação e escritora por ação. Guerreira, sonhadora, batalhadora e conquistadora. Estas são algumas das qualidades de uma carioca que sempre lutou pelos objetivos e, a cada ano, alcança um a um dos sonhos a partir das metas estabelecidas. Esta é a corajosa Mary Difatto.

Acompanhe o bate papo que ele a fez hoje com o CULTURA VIVA!

 

CULTURA VIVA: Ser professora sempre foi um desejo profissional? Recebeu influências na escolha da formação?

MARY DIFATTO: Escolhi a área da Educação por estar mais aproximada da minha verdadeira vocação, que é ser escritora. Não tive influências. 

 

C.V.: Em sua opinião, por que ainda vale a pena lecionar?

M.D.: Não leciono mais. Porém, reconheço que há fatores que ainda servem de mola propulsora para o ânimo na área educacional. Um exemplo: quando nós, professores, encontramos ex-alunos que tomaram um bom rumo. Não se perderam no caminho da vida.

 

C.V.: E que crítica você faria sobre a subestimação que sofrem os docentes?

M.D.: A maior crítica que faço desde sempre é a falta de apoio por parte da própria família dos alunos. Parece haver uma espécie de "desprezo estrutural" pela profissão de professor. O docente assemelha-se a um ator burlesco num teatro mambembe.

 

C.V.: Você é apaixonada por novelas, especificamente pelas obras da autora Ivani Ribeiro (in memorian). Foi dessa paixão que surgiu a "Mary Difatto escritora"?

M.D.: Não foi bem por causa dessa paixão pelos folhetins que me tornei escritora. Mas, posso garantir que grandiosas obras, dentro do nicho dramatúrgico, me ajudaram (e ajudam!) no ativamento da criatividade. Ivani Ribeiro é uma das minhas Três Divas Literárias (as outras, são: Clarice Lispector e Colleen McCullough). 

 

C.V.: O seu livro "Silêncio em Fogo Brando" fala de um personagem chamado "Danilo", que é um homem quieto, mas que conserva um mistério em sua vida. Foi interessante discutir o assunto "mistério" nesta obra?

M.D.: Sim. Acho fascinante o universo do suspense psicológico! Danilo, dentro da história, funciona como um "detetive emocional", pois ele vai meio que se desnudando para o público, até atingir o término, onde se descobre o porquê do seu silêncio. 

 

C.V.: Já no livro "Chave: Advérbio de Lugar" você fala sobre sentimentos. Considera esta obra mais leve, sentimental?

M.D.: Não, não é uma obra sentimental, tampouco mais leve porque é um drama interno que traz sofrimento emocional do mesmo modo. A diferença se estabelece na personagem central, ao detectar o conflito e o solucioná-lo instantaneamente, conforme avança sua busca para encontrar a chave de casa. Uma chave que faz abrir outras portas. Em "Silêncio Em Fogo Brando", o personagem tenta equilibrar o que ele já sabe ter como angústia. Conflito permanente, sem nenhuma "busca oficial" de melhoria.

 

C.V.: O seu livro "Não Antes do Sim" traz a personagem "Tamara" com Transtorno de Personalidade Borderline(TPB). Trazer o tema "saúde" para o público discutir não é fácil, quando se trata de um país com tantos problemas no setor. Em que esta obra colabora com o assunto?

M.D.: É o meu livro, até agora, mais trabalhoso para a criação. Levei seis anos só em pesquisa. A neuroliteratura ainda não é tão difundida no Brasil, quanto nos EUA, por exemplo. Por isso, afirmo que é um assunto controverso, onde precisei ter força de vontade para tentar esmiuçar o melhor possível, as idiossincrasias da minha personagem central, o que se mostrou bastante complicado. Acredito que a humanização dos personagens, a franqueza, através da qual trato o TPB, pode fazer com que outras pessoas identifiquem o problema em si mesmas ou em pessoas de suas relações, procurando, por conseguinte, ajuda médica.

 

C.V.: Como tem sido a receptividade do público com estas obras? 

M.D.: A melhor possível! Acredito que cada obra tenha uma singularidade que toca esse ou aquele leitor de alguma forma. Tenho recebido críticas bem favoráveis, de modo geral.

 

C.V.: Já tem ideia de uma nova obra a lançar? Pode adiantar o assunto?

M.D.: Novas obras, na verdade... (risos). Sou meio supersticiosa. Não gosto muito de antecipar o que farei. Apenas digo que é da minha total vontade lançar mais de uma obra para o ano que vem.

 

C.V.: Quais são as suas redes sociais?

M.D.: Facebook: @MaryDifatto

Instagram:@MaryDifatto

YouTube: @MaryDifatto

X (Twitter): @MaryDifatto

Site: www.marydifatto.com.br

 

Foto: Arquivo pessoal de Mary Difatto


0 comentários: